segunda-feira, 12 de abril de 2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS

LIVRO SEGUNDO

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO III

RETORNO DA VIDA CORPÓREA Á VIDA ESPIRITUAL

A ALMA DEPOIS DA MORTE

Qüinquagésima Segunda Parte

149 – EM QUE SE TOMA A ALMA NO INSTANTE DA MORTE?

- Volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos Espíritos, que deixou momentaneamente.

150 – A ALMA DEPOIS DA MORTE CONSERVA A SUA INDIDUALIDADE?

- Sim, não a perde jamais. Que seria ela se não a conservasse?

- Não tendo mais seu corpo material, como a alma constata a sua individualidade?

- Ela tem ainda um fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.

- A alma nada leva consigo deste mundo?

- Nada mais do que a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargura, segundo o emprego que fez da vida. Quanto mais pura, mais compreende a futilidade do que deixa sobre a Terra,

151 – QUE PENSAR DA OPINIÃO QUE, APÓS A MORTE, A ALMA RETORNA AO TODO UNIVERSAL?

- O conjunto dos Espíritos não forma um todo? Não é todo um mundo? Quando estás numa assembléia, és parte integrante dessa assembléia e, todavia, tens sempre a tua individualidade.

152 – QUE PROVA PODEREMOS TER DA INDIVIDUALIDADE DA ALMA APÓS A MORTE?

- Não tendes esta prova pelas comunicações que obtendes? Se não fôsseis cegos, veríeis; se não fôsseis surdos, ouviríeis, pois, freqüentemente, uma voz vos fala, revelando a existência de um ser fora de vós.

(Aqueles que pensam que com a morte a alma retorna ao todo universal estão errados se entendem com isso que, semelhante a uma gota d’água que cai no Oceano, ela ai perde a sua individualidade; eles estão certos se entendem pelo todo universal o conjunto dos seres incorpóreos do qual cada alma ou Espírito é um elemento.)

(Se as almas estivessem confundidas na massa, não teriam senão as qualidades do conjunto e nada as distinguiriam, uma das outras. Elas não teriam nem inteligência nem qualidades próprias, ao passo que, em todas as comunicações, elas acusam a consciência do seu EU e uma vontade distinta. A infinita diversidade que apresentam durante todas as comunicações é a conseqüência mesma das individualidades. Se não houvesse, após a morte, senão isto que chamam o grande Todo, absorvendo todas as individualidades, este todo seria uniforme, e, desta maneira, todas as comunicações que se recebesse do mundo invisível, seriam idênticas. Uma vez que ai se encontram seres bons e outros maus, sábios e ignorantes, felizes e infelizes, alegres e tristes, levianos e sérios, etc. é evidente que são seres distintos. A individualidade se mostra mais evidente quando esses seres provam sua identidade por sinais incontestáveis, por detalhes pessoais relativos à sua vida terrestre e que podem ser constatados. Ela pode ser colocada em dúvida quando se mostram visíveis nas aparições. A individualidade da alma nos era ensinada em teoria como um artigo de fé; o Espiritismo a torna patente e, de certo modo, material.)

153 – EM QUE SENTIDO SE DEVE ENTENDER A VIDA ETERNA?

- É a vida do Espírito que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna.

- Não seria mais exato chamar a vida eterna a dos Espíritos puros, que, atingindo o grau de perfeição, não tem mais provas a suportar?

- É antes a felicidade eterna; mas isto é uma questão de palavras; chamai as coisas como quiserdes, contanto que vos entendais.

(CONTINUA AMANHÃ)

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