quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

UMA OBRA DE EDUCAÇÃO

Ler o livro inaugural da DOUTRINA ESPÍRITA com olhos pedagógicos nos faz entrever o quanto se trata de uma obra que rompe dos paradigmas, revoluciona a história e propõe um novo projeto para a humanidade.

A DOUTRINA ESPÍRITA posta por KARDEC, é uma idéia educativa, universal e democrática, visando a transformação intelecto-moral de todas as criaturas.

Por Dora Incontri

Quarta Parte


A LEITURA DO MOVIMENTO

Falamos de uma leitura pedagógica de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, mas o que se dá no movimento espírita brasileiro é uma leitura escritural. Ou seja, temos a mesma relação que tínhamos com a Bíblia ou com outras escrituras sagradas. Encaramos a obra como pura revelação, que temos de ler submissos e reverentes. Essa leitura enceguece e limita e faz com que não compreendamos esses aspectos educativos e, muito menos, filosóficos e científicos do Espiritismo. O pior é que transferimos essa leitura submissa indiscriminadamente a todos os livros mediúnicos, desde as grandiosas obras de Emmanuel e André Luiz (mas ainda assim sujeitas a criticas) até as paupérrimas obras do mercado editorial espírita de agora, com uma enxurrada de livros mal escritos e em clara contradição com os critérios espíritas.

O que significa na prática, uma leitura bíblica de Kardec? Significa adotar os postulados espíritas de maneira mecânica, dogmática – ou seja, cremos porque está nas obras de Kardec! Isso é exatamente o que ele não queria.

Espírita não deve acreditar em nada, deve ter convicções que partem de observações e reflexões, de entendimento racional e julgamento crítico. É preciso pensar espiritamente, apossando-se dessa maneira genial, diferente, nova, de encarar a realidade, conjugando a ciência, filosofia e a religiosidade. O Espírita tem de ter pensamento autônomo; ser uma pessoa crítica e altamente questionadora.

(continua amanhã)

Nenhum comentário: