segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

POESIA

CANTO DA VIDA, CANTO DE DEUS

ARGILA


Quantas vezes me ergueste da lama da terra
Modelando os meus corpos
Como um oleiro paciente.

Quantas vezes me atiraste à poeira dos séculos
Fazendo-me girar de mão em mão
No banque dos povos.

Quantas vezes de novo me arrancaste
Dos anéis de estrelas do destino
À cinza do Tempo.

Mas, através das formas e das eras
O Teu sopro me impele.
E a indelével marca dos teus dedos
Assinala a argila.

Herculano Pires

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