POESIA
CANTO DA VIDA, CANTO DE DEUS
ARGILA
Quantas vezes me ergueste da lama da terra
Modelando os meus corpos
Como um oleiro paciente.
Quantas vezes me atiraste à poeira dos séculos
Fazendo-me girar de mão em mão
No banque dos povos.
Quantas vezes de novo me arrancaste
Dos anéis de estrelas do destino
À cinza do Tempo.
Mas, através das formas e das eras
O Teu sopro me impele.
E a indelével marca dos teus dedos
Assinala a argila.
Herculano Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário