sábado, 9 de janeiro de 2010

OLHOS FECHADOS - CORAÇÃO ABERTO

SEM A PERSPECTIVA DA SOBREVIVÊNCIA DO ESPÍRITO, PESSOAS E INSTITUIÇÕES SE VÊM DESPREPARADAS PARA LIDAR COM A MORTE COMO FATO NATURAL.
FICÇÃO E UM RELATO VERÍDICO APRESENTAM A CONDIÇÃO DO PACIENTE TERMINAL E SEUS INSTRUMENTOS PARA ENFRENTAR O ANÚNCIO DE UMA PARTIDA ENTES DO ESPERADO.

Por Rita Foelker

Quinta Parte


BASES PARA A ESPERANÇA

Allan Kardec perguntou aos Espíritos da Codificação qual sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte, se a dúvida, o temor ou a esperança. Eles responderam: “A dúvida, nos céticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.”

Observando que o temor da morte é comum entre as pessoas, o Codificador pergunta qual a sua causa. Os Espíritos respondem não haver fundamento para esse temor, exceto pelo fato de que muitos foram convencidos, quando crianças, da existência de um inferno e de um paraíso, e de que pensam que provavelmente irão para o inferno.

Ao crescerem, alguns consideram estas idéias inadmissíveis, razão porque se tornam ateus ou materialistas, acreditando que nada existe no porvir. Os que conservaram as crenças da infância vislumbram as chamas do fogo eterno. Mas, segundo os Espíritos, “ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque com a fé, ele tem certeza do futuro.

A esperança o faz contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde irá, não encontrará nenhum ser cujo olhar lhe seja de temer”

Uma compreensão mais ampla das verdadeiras finalidades da existência, da certeza do futuro que a ciência experimental espírita permitiu, tornaria muito mais ampla e ao mesmo tempo mais profunda a experiência de viver. Não se trata de um consolo do tipo religioso-confessional, mas de explicações coerentes que mostram os propósitos sábios de todos os acontecimentos no Universo e, ao mesmo tempo, nos inserem na compreensão de uma verdade que testemunha amor e respeito por todos os seres, sem exceção.

O fato de a vida ter um tempo finito não deveria ser motivo de desespero, mas de valorização. Como pergunta Pausch, em sua palestra: “está gastando tempo com as coisas erradas?” e como saber quais seriam as coisas certas?

Isso nos leva à música Dust in the Wind (Poeira ao vento), da banda Scorpions. A letra diz “eu fecho meus olhos só por um momento e o momento se foi.” Só temos o presente que passa, e muitas vezes já passou quando dele nos conscientizamos.

Contudo, alimentamos um apego doentio às situações, ás pessoas, aos compromissos, como se fossem estes os ingredientes que perfazem o conjunto de nossas vidas. “Todo seu dinheiro não comprará um minuto a mais”, diz um outro verso da mesma música.

A vida é amor e aprendizado, autoconhecimento e melhoria interior. Se nos concentrássemos nessa verdade simples, ao final de tudo, estaríamos como Edward Cole, de Antes de Partir, no momento de sua morte. Carter diz que, naquele momento, ele tinha os olhos fechados eo coração aberto.

RITA FOELKER – É co-fundadora do grupo e projeto FILOSOFIA ESPÍRITA PARA CRIANÇAS. É escritora com mais de 40 livros publicados, entre infantis e adultos, mediúnicos e próprios. Seu mais recente lançamento é “Lembranças de Outra Vida”.

(CONTINUA AMANHÃ)

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