sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

KARDEC E NAPOLEÃO

CONVIDADO AO SERVIÇO DA COLETIVIDADE E DA CAUSA DO CRISTO, O GENERAL FRANCÊS CEDE AO FASCÍNIO DO PODER TERRENO E TRANSFORMA SEU PERÍODO DE GOVERNO EM UM BANHO DE SANGUE.

Quarta Parte

A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muito dos sábios e guerreiros, artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito.

Foi então que o corso se pôs em lagrimas e, levantando-se, avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro, postando-se genuflexo, diante dele.

O Celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o céu pareceu abrir-se diante de todos e uma voz enérgica e doce como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo:

- Irmão e amigo, ouve a Verdade, que te fala em meu Espírito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do CRISTO, descerrará para Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento.

Cesar ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da luz! Renova, perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!...

Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias, generais e soldados que te acompanharam nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda, remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia que te surpreendem com simpatia e expectação... Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendentes dos deuses para dominar a terra e aniquilar os inimigos... Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim de que lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar.

(continua amanhã)


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