quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A EXPERIÊNCIA DE DEUS

- CODIFICAÇÃO-

Por Herculano Pires

As práticas místicas do passado não servem para a era da razão, em que nos encontramos na antevéspera da era do Espírito. Orar e meditar são, evidentemente, um exercício religioso respeitável e necessário em todos os tempos. A oração nos liga aos planos superiores do Espírito. Mas o dogma da experiência de DEUS através de um pretensioso colóquio direto e pessoal com a Divindade é uma proposição egoísta e vaidosa.

O problema da religião no Espiritismo tem provocado discussões e controvérsias infindáveis, porque essa Doutrina não se apresenta como religião no sentido comum do termo. Allan Kardec, discípulo de Pestalozzi, adotava a posição de seu mestre no tocante à classificação das religiões. Pestalozzi admitia a existência de três tipos de religião: a animal ou primitiva; a social; e a espiritual. Mas recusava-se a chamar esta última de religião, dando-lhe a designação de moralidade. Isso porque a religião superior ou espiritual, segundo ele, só era professada individualmente pela criatura que superava o ser social e desenvolvia em si o ser moral.

Kardec recusou-se a falar em Religião Espírita, sustentando que o Espiritismo é doutrina científica e filosófica, de conseqüências morais. Mas deu a essas conseqüências enorme importância ao considerar o Espiritismo como desenvolvimento histórico do Cristianismo, destinado a restabelecer a verdade dos princípios cristãos. A religião espírita não se organizou em forma de igreja, não admite sacramentos nem admitiu alguma forma de autoridade religiosa de tipo sacerdotal. Não há batismo, nem casamento religioso no espiritismo, nem confissões ou indulgências.

Todos esses formalismos são considerados como de origem pagã e judaica.

(continua amanhã)

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