quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

UMA ABORDAGEM INTEGRÁL

CODIFICAÇÃO ESPÍRITA: UMA ANÁLISE GERAL DO CONTEXTO HISTÓRICO, DA METODOLOGIA UTILIZADA E DE SUA PROPOSTA UNIVERSALISTA.

Por Victor Rebelo

Terceira Parte


E O QUE ACONTECEU ENTÃO?


Eis então que no mundo todo, só que mais abundantemente no Ocidente, explodem os fenômenos mediúnicos de efeitos físicos.

Foi uma fase em que o objetivo era chamar a atenção da população e dos pesquisadores. Esta fase, conhecida como a fase da curiosidade, atraiu a atenção de Allan Kardec, que pesquisou empiricamente as manifestações dos espíritos. E é justamente aí que entra seu mérito. Ele percebeu, junto com outros pesquisadores, que uma vez estabelecidas as bases da Ciência espírita era preciso ocupar-se do estudo da filosofia que os Espíritos transmitiam através dos médiuns. Esta filosofia, como Kardec repetiu várias vezes, já havia sido ensinada em todas as épocas em todos os movimentos religiosos, através de pensadores que também era médiuns. Só que agora, com o abismo que havia sido criado, era necessário fazer a ponte entre a Religião e a Ciência. Por isso, encontramos em O Livro dos Espíritos que a ciência espírita “reúne em um corpo o que estava esparso; explica em termos próprios o que não era senão linguagem alegórica; elimina o que a superstição e a ignorância geraram para não deixar senão a realidade e o positivo”

E A METODOLOGIA KARDEQUIANA PARA DESENVOLVER A CIÊNCIA ESPÍRITA FOI REVOLUCIONÁRIA PARA A ÉPOCA, CERTO?

Sim, foi uma abordagem necessária para o pensamento moderno, mas o método, em si, usado para codificar e compor as obras básicas da Doutrina Espírita não surgiu com Kardec.

ESSA EU NÃO SABIA! QUEM PROPÔS ESTE MÉTODO?

O método foi proposto no século XVII, por René Descartes, um dos maiores pensadores ocidentais. Ele se encontra no livro, que na verdade é um prefácio chamado “Discurso do Método”. Este método é constituído de quatro princípios básicos. Vou transcrever estes princípios nas próprias palavras de Descartes: “O primeiro era o de nunca aceitar alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal, ou seja, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção e de nada mais incluir em meus juízos que não se apresentasse tão claro e distintamente a meu Espírito, que eu não tivesse motivo algum de duvidar dele.

(continua amanhã)

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