quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

KARDEC E NAPOLEÃO

CONVIDADO AO SERVIÇO DA COLETIVIDADE E DA CAUSA DO CRISTO, O GENERAL FRANCÊS CEDE AO FASCÍNIO DO PODER TERRENO E TRANSFORMA SEU PERÍODO DE GOVERNO EM UM BANHO DE SANGUE.

Terceira Parte

Entre aqueles que o seguiam, na singular excursão, encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no planeta, como Beethoven, Ampère, Fúlton, Faraday, Goethe, João Dalton, Pestalozzi, Pio VII, além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo. Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne terrestre, quase todos os recém-vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e emoção.

O Primeiro Cônsul da França, porém trazia os olhos enxutos, não obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias legiões, limitava-se a responder com acenas discretos, quando os clarins ressoaram, de modo diverso, como se pusessem a voar para os cimos, no rumo do imenso infinito...

Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça, projetou-se do céu, ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras estrelas resplendentes.
Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se transformavam em seres humanos, nimbados de claridade celestial.

Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cedro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações.

Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas.

(continua amanhã)

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