ESPIRITISMO NO BRASIL
Nona Parte
Assim no dia três de agosto de 1895, às oito horas da noite, realizou-se uma assembléia geral com a presença de vinte místicos e dois científicos. A reunião elegeu BEZERRA DE MENEZES para presidência e examinou a situação financeira da casa, assim como discutiu a nova orientação na propaganda. BEZERRA DE MENEZES presidiu a sessão, sendo eleito por dezenove votos e empossado.
MENEZES destacou que recebia a presidência da FEB despida de recursos materiais, até para pagar o aluguel da sede. Já da vista espiritual, ele pontuava que seria sem quaisquer compromissos de ordem doutrinaria. Era preciso trabalhar para a reorganização do movimento espírita e MENEZES precisava de carta branca para isso, além da ajuda de todos os amigos e espíritas destacados.
Foram extintas as sessões de puro academicismo, em que eram discutidas teses acadêmicas e voltava, uma vez por semana. A sessão pública, que fora instituída em 1889, destinada ao estudo sistemático da Doutrina Espírita, sobretudo do Evangelho. A sessão seria às sextas feiras, às nove horas da noite.
“O Reformador”, em sua edição de 15 de agosto concluiu a nota sobre a assembléia com estas palavras:
“A Federação tem tudo a esperar do seu novo Presidente e pensa que, se o apoio e a boa vontade dos nossos irmãos se fizerem efetivos e reais, em breve tempo ela se terá firmado e engrandecido, nesta nova fase em que em boa hora entrou”. Assim mudou-se o rumo da Federação, foi estabelecida a divisa: DEUS, CRISTO E CARIDADE, como máxima e os chamados místicos direcionaram os trabalhos doutrinários da entidade. Orientação que persiste até os dias de atuais. Com as novas orientações o Movimento Espírita Brasileiro passou a caracterizar o Espiritismo e o Kadercismo como sinônimos e direcionar a Doutrina Espírita como Espiritismo cristão ou Cristianismo Espírita.
(continua amanhã)
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