domingo, 18 de outubro de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

ESPIRITISMO NO BRASIL

Sétima Parte

DIVERGÊNCIAS

Desde que Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, o movimento Espírita viveu um longo período de incertezas. Sem seu Codificador, a Doutrina começou a receber diferentes interpretações. Denominava-se Doutrina Espírita apenas o que constava de “O Livro dos Espíritos”. Já os que estudavam os demais livros de Kardec eram chamados de kardecistas.

Existiam os científicos que davam mais importância ao lado científico e filosófico do Espiritismo e, por conseguinte, a experimentação.

Os denominados místicos preconizavam uma aliança de princípios espíritas com princípios cristãos. Explicando uma parte da Doutrina cristã à luz do Espiritismo. A esse grupo se somou os estudiosos das obras do francês Jean Baptiste Roustaing (eram os roustanguistas). Existiam ainda os auto-proclamados de Espíritas puros que não tendiam para nenhum lado. No Brasil, o Grupo Ismael se tornou herdeiro moral do Grupo Espírita Fraternidade, tendo como guia espiritual Ismael. Era o celeiro dos místicos e dos roustanguistas (como Bezerra de Menezes), swedemborguistas e teosofistas. Já os científicos (psiquistas, ocultistas e kardecistas), se reuniram na sociedade de Estudos Evangélicos, depois sociedade Acadêmica.

PERÍODO DE DISPERSÃO

O período de presidência de Dias da Cruz, de 1890 a 1894 foi crítico para o movimento Espírita Brasileiro. Dias da Cruz se caracterizava como espiritista puro, nem científico nem místico. Apesar de tentar a conciliação entre as duas correntes, sua presidência foi marcada pela ascensão dos científicos e de um estudo voltado para a explicação material dos fenômenos de obsessão e de mediunidade. Na época da posse de Dias da Cruz, “O Reformador” publicou um editorial chamado “Sectarismo” em que ressaltava: “O espírita está, pois, em seu verdadeiro posto quando se coloca entre o homem de ciência e o homem de fé, não possuindo as crendices de um, nem por igual às negações de outro. Não nos desviemos de nosso lugar. Postos entre a fé e a razão, evitemos os exageros do sectarismo, pois que ele é o verdadeiro inimigo”. As novas diretrizes tentavam alcançar o meio termo entre Fé e Ciência, Amor e Razão.

(continua amanhã)

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