terça-feira, 1 de setembro de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO SEGUNDO

NOÇÕES ELEMENTARES DO ESPIRITISMO

COMUNICAÇÕES COM O MUNDO INVISÍVEL

FIM PROVIDENCIAL DAS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

ESCOLHOS DOS MÉDIUNS

Primeira Parte

70 – Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão, quer dizer, o domínio que certos Espíritos podem exercer sobre os médiuns, impondo-se a eles sob nomes apócrifos e impedindo-os de se comunicarem com outros Espíritos. É, ao mesmo tempo, um escolho para o observador novato e inexperiente que, não conhecendo os caracteres do fenômeno, pode ser enganado pelas aparências, como aqueles que, não sabendo medicina, pode se iludir sobre a causa e a natureza de um mal. Se o estudo prévio, nesse caso, é útil para o observador, ele é indispensável para o médium no sentido que lhe fornece os meios de prevenir um inconveniente que poderia lhe ter conseqüências deploráveis; por isso não nos parece demasiado recomendar o estudo antes de se entregar à prática. (O Livro dos Médiuns, cap. XXIII).

71 – A obsessão apresenta três graus principais bem caracterizados: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação. No primeiro, o médium tem perfeita consciência de que não obtém nada de bom e não se ilude sobre a natureza do Espírito que se obstina em se manifestar por ele e do qual tem o desejo de se desembaraçar. Esse caso não oferece nenhuma gravidade: não é senão um simples desgosto, e o médium a ele cede por deixar momentaneamente de escrever. O Espírito, cansando-se de não ser escutado, acaba por se retirar.

A fascinação obsessiva é muito mais grave, no sentido de que o médium se ilude completamente. O espírito que o domina ganha sua confiança ao ponto de paralisar seu próprio julgamento na análise das comunicações e lhe faz achar sublimes as coisas mais absurdas.

O caráter distinto desse gênero de obsessão é de provocar nos médiuns uma excessiva suscetibilidade; de levá-lo a não achar bom, justo e verdadeiro senão o que ele escreve, a repelir e mesmo tomar pelo lado mau todo conselho e toda observação crítica; a romper com seus amigos antes de convir que está enganado; a ter inveja de outros médiuns, cujas comunicações são julgadas melhores que as suas; a querer se impor nas reuniões espíritas, das quais se afasta quando não pode aí dominar. Chega, enfim, a sofrer uma tal dominação, que o Espírito pode compeli-lo aos meios mais ridículos e os mais comprometedores.

(continua amanhã)

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