sábado, 8 de agosto de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO – O PADRE

Vigésima Quarta Parte

Em uma palavra, o Espiritismo engrandece e eleva as idéias; ele combate os abusos engendrados pelo egoísmo, a cupidez, a ambição; mas quem ousaria proibi-los e deles declarar-se vencedor? Se ele não é indispensável à salvação, facilita-a consolidando-nos no caminho do bem. Qual é, aliás, o homem sensato que ousaria adiantar que um defeito do ortodoxo é mais repreensível aos olhos de DEUS do que do ateu e do materialista? Eu coloco honestamente as questões seguintes a todos aqueles que combatem o Espiritismo relativamente à suas conseqüências religiosas:

1. – Qual é o pior dotado na vida futura, aquele que não crê em nada ou aquele que, crendo nas verdades gerais, não admite certas partes do dogma?

2. – O protestante e o cismático estão confundidos na mesma reprovação do ateu e do materialista?
3. – Aquele que não ortodoxo, no rigor da palavra, mas que faz todo o bem que pode, que é bom e indulgente para com o seu próximo, leal em suas relações sociais, está menos garantido de sua salvação que aquele que crê em tudo, mas que é duro, egoísta e descaridoso?

4. – Qual vale mais aos olhos de DEUS: a prática das virtudes cristãs sem as do dever da ortodoxia, ou a prática destes últimos sem as da moral?

Eu respondi, senhor abade, às questões e às objeções que me haveis dirigido, mas, como vos disse inicialmente, sem nenhuma intenção preconcebida de vos conduzir às nossas idéias e mudar vossa convicções, limitando-me a vos fazer examinar o Espiritismo sob seu verdadeiro ponto de vista. Se não tivésseis vindo eu não vos teria procurado. Isso não quer dizer que desprezemos vossa adesão aos nossos princípios se ela deva ter lugar; bem longe disso; somos felizes, ao contrário, com todas as aquisições que fazemos e que têm para nós tanto maior valor quanto sejam livres e voluntárias. Não temos nenhum direito para constranger quem quer que seja e teríamos escrúpulo em perturbar a consciência daqueles que, tendo crenças que os satisfazem, não vem espontaneamente a nós.

(continua amanhã)

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