sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO – O PADRE

Vigésima Terceira Parte

Eu me encaminho para a questão de utilidade. Dissestes que o Espiritismo não ensina nada de novo; é um erro. Ele ensina muito àqueles que não se detêm em superficialidades. Tivesse apenas substituído a máxima: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO, em lugar de FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO que os divide, e já teria marcado uma nova era na Humanidade.

Dissestes que se poderia passar sem ele; de acordo; como se poderia passar sem uma multidão de descobertas científicas. Os homens também se comportavam bem antes da descoberta de todos os novos planetas; antes que se tivessem calculado os eclipses; antes que se conhecesse o mundo microscópio e cem outras coisas. O camponês, para viver e produzir seu trigo, não tem necessidade de saber o que é um cometa. Todavia, ninguém nega que todas essas coisas alargam o círculo de idéias e nos fazem penetrar mais além nas leis da Natureza. Ora, o mundo dos Espíritos é uma dessas leis, que o Espiritismo nos faz conhecer ensinando-nos a influência que exerce sobre o mundo corporal; supondo-se que a isso se limite sua utilidade, já não seria bastante a revelação de semelhante força?

Vejamos, agora, sua influência moral. Admitamos que ele não ensine absolutamente nada de novo a esse respeito; qual é o maior inimigo da religião? O materialismo, porque o materialismo não crê em nada; ora, o Espiritismo é a negação do materialismo que não tem mais razão de ser. Não é mais pelo raciocínio, pela fé cega, que se diz ao materialista que tudo não termina com seu corpo, mas pelos fatos que lhe mostra, permite-lhe tocar com os dedos e com o olhar. Não está aí um pequeno serviço que ele presta à Humanidade, à religião? Mas não é tudo: a certeza da vida futura, o quadro vivo daqueles que nela nos antecederam, mostram a necessidade do bem, e as conseqüências inevitáveis do mal. Eis porque sem ser, em si mesmo, uma religião, ele leva essencialmente às idéias religiosas, as desenvolve naqueles que não as têm e as fortifica naqueles em que elas são hesitantes. A religião, pois, encontra nele um apoio, não para essas pessoas de vista estreita que a vêem inteiramente na doutrina do fogo eterno, na letra mais que no espírito, mas para aqueles que a vêem segundo a grandeza e a majestade de DEUS.

(continua amanhã)

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