domingo, 2 de agosto de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO – O PADRE


Décima oitava Parte.

O PADRE – A Igreja não nega que os bons Espíritos possam se comunicar, uma vez que reconhece que os santos se manifestaram; ela, porém, não pode considerar como bons os que vêm contradizer seus princípios imutáveis. Os Espíritos ensinam as penas e as recompensas futuras, mas não ensinam como ela; só ela pode julgar seus ensinamentos e discernir os bons dos maus.

A.K. – Eis a grande questão. Galileu foi acusado de heresia e de ser inspirado pelo demônio, porque revelou uma lei da Natureza provando o erro de uma crença que se acreditava inatacável; fossem considerados como bons aqueles que vêm contradizer os pontos arraigados na opinião exclusiva da Igreja, ou não tivessem proclamado a liberdade de consciência e condenado certos abusos, eles teriam sido os bem-vindos e não seriam qualificados de demônio.

Tal é também a razão pela qual todas as religiões, os muçulmanos tanto quanto os católicos, se crêem na posse exclusiva da verdade absoluta, considerando como obra do demônio toda doutrina que não coincide inteiramente com seu ponto de vista. Ora, os Espíritos não vêm destruir a religião mas, como Galileu, revelar novas leis da Natureza. Se alguns pontos de fé passam por isso, é que, da mesma forma que a crença no movimento do Sol, eles estão em contradição com essas leis. A questão é de saber se um artigo de fé pode anular uma lei da Natureza, que é obras de DEUS; e se essa lei reconhecida, não é mais sábio interpretar o dogma no sentido da lei ao invés de atribuir esta ao demônio.

O PADRE – Passemos sobre a questão dos demônios, pois, eu sei que ela é diversamente interpretada pelos teólogos. Mas o sistema de reencarnação me parece mais difícil conciliar com os dogmas, porque ele não é uma outra coisa senão a metempsicose renovada de Pitágoras.

(continua amanhã)

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