sábado, 1 de agosto de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO – O PADRE

Décima sétima Parte

Se a proibição de evocar os mortos veio do próprio DEUS, como pretende a Igreja, deve ter sido DEUS quem editou a pena de morte contra os infratores. A pena tem, pois, uma origem tão sacra quanto a proibição; por que não a conservaram? Moisés promulgou todas as suas leis em nome de DEUS, e por sua ordem. Se crermos que DEUS seja seu autor, por que não são elas mais observadas? Se a lei de Moisés é para a Igreja um artigo de fé sobre algum ponto, por que não o é sobre todos? Por que a ela recorrer naquilo que tem necessidade e repeli-la no que não convém? Porque não segui-la em todas as suas prescrições, a circuncisão, entre outras, que JESUS suportou e não aboliu?

Havia na lei mosaica duas partes: primeiro, a lei de DEUS, resumidas nas tábuas do Sinai, e que permaneceu porque era divina e o CRISTO não fez senão desenvolvê-la; segundo, a lei civil ou disciplinar, apropriada aos costumes da época e que CRISTO aboliu.
Hoje, as circunstâncias não são as mesmas e a proibição de Moisés não tem mais cabimento. Aliás, se a Igreja proíbe evocar os mortos, pode ela impedir que eles venham sem que sejam chamados? Não se vê todos os dias pessoas que jamais se ocuparam com o Espiritismo, como se via antes que ele fosse discutido, ter manifestações de todos os gêneros?

Outra contradição: se Moisés proibiu a evocação dos Espíritos dos mortos, é porque esses Espíritos poderiam vir, de outro modo a proibição teria sido inútil. Se eles podiam vir naquele tempo, podem ainda hoje; se eles são os Espíritos dos mortos, não são, pois, exclusivamente demônios. É preciso ser lógico antes de tudo.

(continua amanhã)

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