sexta-feira, 31 de julho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO


CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO – O PADRE


Décima Sexta Parte

O PADRE – Se a Igreja proíbe as comunicações com os Espíritos dos mortos é porque são contrárias à religião, como estão formalmente condenadas pelo Evangelho e por Moisés. Este último, pronunciando a pena de morte contra essas práticas, prova quanto elas são repreensíveis aos olhos de DEUS.

A.K. – Eu vos peço perdão, mas essa proibição não está em nenhuma parte do Evangelho; ela está somente na Lei Mosaica. Trata-se, pois, de saber se a Igreja coloca a Lei Mosaica acima da Lei Evangélica, quer dizer, se ela é mais judaica que cristã. Observa-se mesmo que se todas as religiões, a que faz menos oposição ao Espiritismo é a Judaica, e que ela não tem invocado a Lei de Moisés, sobre as quais se apóiam as seitas cristãs, contra as evocações. Se as prescrições bíblicas são o código da fé cristã, por que interditar a leitura da Bíblia? Que se diria se proibissem a um cidadão estudar o código das leis de seu país?

A proibição feita por Moisés tinha então sua razão de ser, porque o legislador hebreu queria que seu povo rompesse com todos os costumes adquiridos entre os Egípcios, e que este, do qual se trata aqui, era um motivo de abusos. Não se evocavam os mortos por respeito e afeição por eles, nem com um sentimento de piedade; era um meio de adivinhação, objeto de um tráfico vergonhoso explorado pelo charlatanismo e a superstição; portanto, Moisés teve razão em proibi-la. Se ele pronunciou contra esse abuso uma penalidade severa, é que precisava de meios rigorosos para governar seu povo indisciplinado; também a pena de morte está prodigalizada na sua legislação. Apóia-se erradamente sobre a severidade do castigo para provar o grau de culpabilidade da evocação dos mortos.

(continua amanhã)

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