domingo, 26 de julho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO- O PADRE

Décima Primeira Parte

O PADRE – dizeis que o Espiritismo não discute os dogmas, e, todavia, admite certos pontos combatidos pela Igreja, tais como, por exemplo, a reencarnação, a presença do homem sobre a Terra antes de Adão; ele nega a eternidade das penas, a existência do demônio, o purgatório, o fogo do inferno.

A.K – esses pontos foram discutidos durante muito tempo, e não foi o Espiritismo que os questionou; são opiniões das quais algumas mesmo são contestadas pela teologia e que o futuro julgará. Um grande princípio os domina a todos; a prática do bem, que é a lei superior, a condição “sine qua non do nosso futuro”, como nos prova e estado dos Espíritos que se comunicam conosco. A espera de que a luz seja feita para vós sobre essas questões, crede, se quiserdes, nas chamas e nas torturas materiais, se isso pode vos impedir de fazer o mal; isso não as tornará mais reais se não existem.

Acreditai que temos uma só existência corporal, se vos agrada: isso não impedirá de renascer aqui ou alhures, se assim deve ser, malgrado vós. Acreditai que o mundo foi criado, em todas as suas partes, em seis vezes vinte e quatro horas, se é essa vossa opinião; isso não impedirá a Terra de trazer escrito em suas camadas geológicas a prova contrária. Se quiserdes, acreditai que Josué deteve o sol; isso não impedirá a Terra de girar. Acreditai que o homem não está sobre a Terra senão há seis mil anos; isso não impedirá aos fastos de mostrarem sua impossibilidade. E que direis se, um belo dia, essa inexorável geologia venha demonstrar por marcas patentes a anterioridade do homem, como demonstrou tantas outras coisas? Acreditai, pois, em tudo o que quereis, mesmo no diabo, se essa crença pode vos tornar bom, humano e caridoso para com os vossos semelhantes. O Espiritismo, como doutrina moral, não impõe senão uma coisa: a necessidade da prática do bem e de não fazer mal. É uma ciência de observação que, repito, tem conseqüências morais, e essas conseqüências são a confirmação e a prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele as deixa à consciência de cada um.

(continua amanhã)

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