sexta-feira, 24 de julho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO- O PADRE


Nona Parte

O PADRE – Pois bem! Que dizem os Espíritos Superiores com respeito à religião? Os bons devem nos aconselhar, nos guiar. Suponho que eu não tenha nenhuma religião e queira uma. Se eu lhes perguntar: me aconselhais que me torne católico, protestante, anglicano, quaker, judeu maometano ou mórmon, que responderão eles?

A.K. – Há dois pontos a considerar nas religiões: os princípios gerais, comuns a todos, e os princípios particulares a cada uma. Os primeiros são aqueles de que falamos a toda hora, e que todos os Espíritos proclamam qualquer que seja sua posição. Quanto aos segundos, os Espíritos vulgares, sem serem maus, podem ter preferências e opiniões; eles podem preconizar tal ou tal forma. Eles podem, pois, encorajar em certas práticas, seja por convicção pessoal, seja porque conservam as idéias da vida terrestre, seja por prudência, para não assustar consciências tímidas. Credes, por exemplo, que um Espírito esclarecido, fosse mesmo Fénelon, dirigindo-se a um muçulmano, irá desastradamente dizer-lhe que Maomé era um impostor, e que estará perdido se não se tornar cristão? Ele se guardará disso, porque será repelido.

Os Espíritos Superiores, e quando não são solicitados por nenhuma consideração especial, não se preocupam com questões de detalhes. Eles se limitam a dizer: “DEUS é bom e justo”,ele não quer senão o bem; a melhor de todas as religiões, pois, é aquela que não ensina senão conforme a bondade e a justiça de DEUS; que dá de DEUS uma idéia mais ampla, mais sublime, e não o rebaixa emprestando-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade; que torna os homens bons e virtuosos e lhes ensina a se amarem todos como irmãos; que condena todo mal feito ao próximo; que não autoriza a injustiça sob qualquer forma ou pretexto que seja; que não prescreve nada de contrário às leis imutáveis da Natureza, porque DEUS não pode se contradizer; aquela cujos ministros dão o melhor exemplo de bondade, de caridade e de moralidade; aquela que tende a combater melhor o egoísmo e a lisonjear menos o orgulho e a vaidade dos homens; aquela, enfim, em nome da qual se comete menos mal, porque uma boa religião não pode ser o pretexto de um mal qualquer; ela não deve lhe deixar nenhuma porta aberta, nem diretamente, nem pela interpretação.
Vede, julgai e escolhei.
(continua amanhã)

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