terça-feira, 21 de julho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO- O PADRE

Sexta Parte

O PADRE - A religião ensina tudo isso e bastou até o momento; qual é, pois, a necessidade de uma nova doutrina?

A.K. – Se a religião basta, por que há tantos incrédulos, religiosamente falando? A religião nos ensina, é verdade, e nos diz para crer; mas há muitas pessoas que não crêem somente em palavras. O Espiritismo prova, e faz ver que a religião ensina por teoria. Aliás, de onde vêm essas provas? Da manifestação dos Espíritos. Ora, é provável que os Espíritos não se manifestem senão com a permissão de DEUS; se, pois, DEUS, em sua misericórdia, envia aos homens esse socorro para tirá-los da incredulidade, é uma impiedade recusá-lo.

O PADRE – Não discordais, entretanto, que o Espiritismo não está, sobre todos os pontos, de acordo com a religião.

A.K – Meu DEUS, senhor abade, todas as religiões dirão a mesma coisa: os protestantes, os judeus, os muçulmanos, assim como os católicos.

Se o Espiritismo negasse a existência de DEUS, da alma, da sua individualidade e da imortalidade, das penas e das recompensas futuras, do livre arbítrio do homem; se ele ensinasse que cada um, neste mundo, não está senão para si e não deve pensar senão em si, ele seria não somente contrário à religião católica, mas a todas as religiões do mundo; isso seria a negação de todas as leis morais, bases da sociedade humana. Longe disso, os Espíritos proclamam um DEUS único, soberanamente justo e bom; eles dizem que o homem é livre e responsável por seus atos, recompensado e punido segundo o bem ou o mal que fez; eles colocam acima de todas as virtudes a caridade evangélica e esta regra sublime ensinada pelo CRISTO:”agir para com os outros como gostaríamos que os outros agissem para conosco”. Não estão aí os fundamentos da religião? Eles fazem mais: iniciam-nos nos mistérios da vida futura, que para nós não é mais uma abstração, mas uma realidade, porque são aqueles mesmos que conhecemos que vêm nos descrever suas situações, nos dizer como e porque eles sofrem ou são felizes. Que há nisso anti-religioso? Essa certeza do futuro, de reencontro com aqueles que amamos, não é uma consolação? Essa grandiosidade da vida espiritual que é a nossa essência, comparada às mesquinhas preocupações da vida terrestre, não é própria para elevar nossa alma e a nos encorajar ao bem?

(continua amanhã)

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