domingo, 19 de julho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

TERCEIRO DIÁLOGO- O PADRE

Quinta Parte

A crença de que tudo para o homem depois da morte, que toda solidariedade cessa com a vida, o conduz a considerar o sacrifício do bem-estar presente em proveito de outro como uma intrujice; daí a máxima: “cada um por si durante a vida, uma vez que nada há além dela”. A caridade, a fraternidade, a moral, em uma palavra, não tem nenhuma base, nenhuma razão de ser. Por que se mortificar, se reprimir, se privar hoje quando, amanhã talvez, não existiremos mais? A negação do futuro, a simples dúvida sobre a vida futura, são os maiores estimulantes do egoísmo, fonte da maioria dos males da Humanidade. É preciso uma virtude bem grande para se deter sobre a inclinação do vicio e do ciúme, sem outro freio além da forçar da vontade. O respeito humano pode conter o homem do mundo, mas não aquele para o qual o temor da opinião pública é nulo.

A crença na vida futura, mostrando a perpetuidade das relações entre os homens, estabelece entre eles uma solidariedade que não termina no túmulo; ela muda, assim, o curso das idéias. Se essa crença fosse apenas um espantalho, seria temporária; mas como sua realidade é um fato adquirido pela experiência, ela está no dever de propagá-la e de combater a crença contrária, no interesse mesmo da ordem social. É isso o que faz o Espiritismo, e com sucesso, porque dá as provas, e porque, em definitivo, o homem prefere ter a certeza de viver feliz em um mundo melhor, como compensação às misérias deste mundo, do que crer está morto para sempre. O pensamento de se ver aniquilado para sempre, de crer os filhos e os seres que nos são caros, perdidos sem retorno, sorri a um bem pequeno número, crede-me; por isso os ataques dirigidos contra o Espiritismo em nome da incredulidade têm pouco sucesso, e não o abalaram um instante.

(continua amanhã)

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