PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA
TERCEIRO DIÁLOGO- O PADRE
Segunda Parte
Tal é, senhor abade, a linha de conduta que tive com os ministros de diversos cultos que a mim se dirigiram. Quando me questionaram sobre alguns pontos da doutrina, lhes dei as explicações necessárias, abstendo-me de discutir certos dogmas com os quais o Espiritismo não tem preocupações, cada um estando livre em sua apreciação; mas jamais fui procurá-los no desejo de abalar sua fé mediante uma pressão qualquer. Aquele que vem a nós como um irmão, como tal o acolhemos; aquele que nos recusa, nós o deixamos em paz. É o conselho que não cesso de dar aos espíritas, porque nunca aprovei aqueles que se atribuem a missão de converter o clero. Sempre lhes disse: semeai no campo dos incrédulos, porque lá está uma ampla colheita a fazer.
O Espiritismo não se impõe porque, como eu o disse, ele respeita a liberdade de consciência e sabe que toda crença imposta é superficial e não dá senão as aparências da fé, mas não a fé sincera. Ela expõe seus princípios aos olhos de todos, de maneira a que cada um possa formar sua opinião com conhecimento de causa. Aqueles que o aceitam, padres ou laicos, o fazem livremente e porque os acham racionais; mas não nos zangamos de nenhum modo com aqueles que não são da nossa opinião. Se hoje há luta entre a Igreja e o Espiritismo, temos a consciência tranqüila de não tê-la provocado.
O PADRE – Se a Igreja, vendo surgir uma nova doutrina, nela encontra princípios que, no seu entender, crê dever condenar, contestei-lhe o direito de discuti-los e de combatê-los, de precaver seus fiéis contra aquilo que ela considera um erro?
(continua amanhã)
Tal é, senhor abade, a linha de conduta que tive com os ministros de diversos cultos que a mim se dirigiram. Quando me questionaram sobre alguns pontos da doutrina, lhes dei as explicações necessárias, abstendo-me de discutir certos dogmas com os quais o Espiritismo não tem preocupações, cada um estando livre em sua apreciação; mas jamais fui procurá-los no desejo de abalar sua fé mediante uma pressão qualquer. Aquele que vem a nós como um irmão, como tal o acolhemos; aquele que nos recusa, nós o deixamos em paz. É o conselho que não cesso de dar aos espíritas, porque nunca aprovei aqueles que se atribuem a missão de converter o clero. Sempre lhes disse: semeai no campo dos incrédulos, porque lá está uma ampla colheita a fazer.
O Espiritismo não se impõe porque, como eu o disse, ele respeita a liberdade de consciência e sabe que toda crença imposta é superficial e não dá senão as aparências da fé, mas não a fé sincera. Ela expõe seus princípios aos olhos de todos, de maneira a que cada um possa formar sua opinião com conhecimento de causa. Aqueles que o aceitam, padres ou laicos, o fazem livremente e porque os acham racionais; mas não nos zangamos de nenhum modo com aqueles que não são da nossa opinião. Se hoje há luta entre a Igreja e o Espiritismo, temos a consciência tranqüila de não tê-la provocado.
O PADRE – Se a Igreja, vendo surgir uma nova doutrina, nela encontra princípios que, no seu entender, crê dever condenar, contestei-lhe o direito de discuti-los e de combatê-los, de precaver seus fiéis contra aquilo que ela considera um erro?
(continua amanhã)
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