terça-feira, 14 de julho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO


CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO

INTERDIÇÃO AO ESPIRITISMO

Visitante – Eu vos peço uma última questão. O Espiritismo tem inimigos poderosos; eles não poderiam interditar-lhe a atividade e as sociedades, e por esse meio deter a sua propagação?

A.K. – Isso seria um meio de perder a disputa um pouco mais depressa, porque a violência é o argumento daqueles que nadas de bom tem a dizer. Se o Espiritismo é uma quimera, ele cairá por si mesmo, sem que se dê a esse trabalho; se o perseguem é porque o temem, e não se teme se não aquilo que é sério. Se é uma realidade, ele está, como eu disse, na Natureza, e não se revoga uma lei da Natureza com uma penada.
Se as manifestações espíritas fossem o privilégio de um homem, ninguém duvida que colocando esse homem de lado, põe-se fim às manifestações. Infelizmente para os adversários, elas não são um mistério para ninguém; nada há de secreto, nada de oculto, tudo se passa em pleno dia; elas estão à disposição de todo o mundo, e a usam desde o palácio à mansarda. Pode-se interditar-lhe o exercício público; mas sabe-se precisamente que não é em público que elasse produzem melhor, mas na intimidade. Ora, cada um podendo ser médium, quem pode impedir uma família em seu lar, um individuo no silêncio do gabinete, o prisioneiro sob os ferrolhos, de ter comunicações com os Espíritos, com o desconhecimento e mesmo sob as barbas dos esbirros? Todavia, admitamos que um governante fosse bastante forte para impedi-los, impediria seus vizinhos, o mundo inteiro, uma vez que não há um só país, nos dois continentes, onde não haja médiuns?

O Espiritismo, aliás, não tem sua origem entre os homens, pois é obras dos Espíritos, aos quais não se os pode nem queimar, nem prender. Ele repousa na crença individual e não nas sociedades, que de nenhum modo são necessárias.
Se viessem a destruir todos os livros espíritas, os Espíritos os ditariam de novo.
Em resumo, o Espiritismo é hoje um fato consumado; ele conquistou seu lugar na opinião pública e entre as doutrinas filosóficas. É preciso, pois, que aqueles aos quais não convém, disponham-se a vê-lo ao seu lado, ficando perfeitamente livres para não aceitá-lo.

(continua amanhã)

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