quinta-feira, 2 de julho de 2009

O QUE É O ESPIRIITISMO

CAPÍTULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO

LOUCURA, SUICÍDIO, OBSESSÃO

Primeira Parte

VISITANTE - Certas pessoas consideram as idéias espíritas como de natureza a perturbarem as faculdades mentais e, por esse motivo, acham prudente deter-lhes a divulgação.

A.K. –Conheceis o provérbio: quando se quer matar um cão, diz-se que ele está raivoso. Não é, pois, de espantar, que os inimigos do Espiritismo procurem se apoiar sobre todos os pretextos; este lhes pareceu apropriado para despertar os temores e as suscetibilidades, tornando-o zelosamente, embora ele caia diante do mais superficial exame. Ouvi, pois, sobre esta loucura, o raciocínio de um louco.

Todas as grandes preocupações do espírito podem ocasionar a loucura; as ciências, as artes, e a própria religião fornecem seus continentes. A loucura tem por principio um estado patológico do cérebro, instrumento do pensamento: estando o instrumento danificado, o pensamento é alterado. A loucura, pois, é um efeito consecutivo, cuja causa primeira é uma predisposição orgânica que torna o cérebro mais, ou menos, acessível a certas impressões; isso é tão verdadeiro que tendes as pessoas que pensam demais e não se tornam loucas, enquanto que outras se tornam sob o domínio da menor superexcitação. Havendo uma predisposição à loucura, esta toma o caráter da preocupação principal, que se torna, então, uma idéia fixa. Essa idéia fixa poderá ser a dos Espíritos, naqueles que deles se ocupam, como poderá ser de DEUS, dos anjos, do diabo, da fortuna do poder, de uma arte, de uma ciência, da maternidade, de um sistema político ou social. É provável que o louco religioso se tornasse um louco espírita, se o Espiritismo tivesse sido sua preocupação dominante. Um jornal disse, é verdade, que em uma única localidade da América, cujo nome não me recordo, contaram-se quatro mil casos de loucura espírita, mas sabe-se que, entre nossos adversários, é uma idéia fixa crerem-se os únicos dotados de razão, e isso é uma mania como as outras. Aos seus olhos nós somos todos dignos de um manicômio e, por conseguinte, os quatro mil espíritas da localidade em questão, deviam ser igualmente loucos.

(continua amanhã)

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