terça-feira, 26 de maio de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPITULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPIRITA

SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO

DÉCIMA PRIMEIRA PARTE

OPOSIÇÃO DA CIÊNCIA

VISITANTE – Vós dizeis que vos apoiais sobre fatos; mas se vos opõe a opinião dos sábios que os contestam ou que os explicam de maneira diversa da vossa. Por que eles não encamparam o fenômeno das mesas girantes? Se eles tivessem visto nelas alguma coisa de sério, não teriam, me parece, negligenciado de fatos tão extraordinários, e ainda menos de os repelir com desdém, ao passo que eles estão todos contra vós. Os sábios não são o farol das nações e seu dever não é de espalhar a luz? Por que quereríeis que eles a tivessem abafado, quando se lhes apresentava uma tão bela ocasião de revelar ao mundo uma força nova?

A.K. – Acabais de traçar o dever dos sábios de um modo admirável; pena que o tenham olvidado em mais de uma circunstancia. Mas antes de responder a esta judiciosa observação, eu devo revelar um erro grave que vós haveis cometido, dizendo que todos os sábios estão contra nós. Como já disse, é precisamente na classe esclarecida que o Espiritismo faz mais prosélitos, e isso em todos os países do mundo. Eles se contam, em grande número, entre os médicos de todas as nações, e são homens da Ciência. Os magistrados, os professores, os artistas, os homens de letras, os oficiais, os altos funcionários, os grandes dignitários, os eclesiásticos, etc. que se alinham sob sua bandeira, todos são pessoas às quais não se pode recusar uma certa dose de luz. Não há sábios senão na ciência oficial e nos corpos constituídos?

Do fato de o Espiritismo não ter ainda direito de cidadania na ciência oficial é motivo para condená-lo? Se a Ciência não tivesse jamais se enganado, aqui sua opinião poderia pesar na balança; infelizmente, a experiência prova o contrário. Não foram rejeitadas como quimeras de uma multidão de descobertas que, mais tarde, ilustraram a memória de seus autores? Não foi a um relatório de nosso primeiro corpo de sábios que deve a França ter sido privada da iniciativa do Vapor? Quando Fulton veio ao campo de Bolonha apresentar seu sistema a Napoleão I, que recomendou ao exame imediato do Instituto, este não concluiu que esse sistema era um sonho impraticável e não tinham tempo para com ele se ocupar? É preciso concluir que os membros do Instituto são ignorantes? Isso justifica os epítetos triviais, e de mau gosto, que certas pessoas se comprazem em lhes prodigalizar? Seguramente que não; não há pessoa sensata que não renda justiça ao seu iminente saber embora reconhecendo que eles não são infalíveis e que assim, seu julgamento não é o de última instância, sobretudo em fatos de idéias novas.

(continua amanhã)

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