segunda-feira, 11 de maio de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO
CAPITULO PRIMEIRO
PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

Oitava Parte

Notai bem, senhor, que eu não pretendo que a crítica deva necessariamente aprovar nossas idéias, mesmo depois de tê-las estudado; não censuramos de modo algum aqueles que não pensam como nós. O Que é evidente para nós, pode não o ser para todo mundo. Cada um julga as coisas pelo seu ponto de vista, e do fato mais positivo todo mundo não tira as mesmas conseqüências. Se um pinto, por exemplo, coloca em seu quadro um cavalo branco, qualquer um poderá dizer que esse cavalo faz um mau efeito e que um preto conviria melhor; mas seu erro será dizer que o cavalo é branco se ele é preto. É o que faz a maioria dos nossos adversários.

Em resumo, senhor, cada um é perfeitamente livre para aprovar ou criticar os princípios do Espiritismo, para deduzir deles tais conseqüências boas ou más, como lhe agrade, mas a conseqüência impõe um dever a todo crítico sério de não dizer ao contrário do que é; ora, por isso, a primeira condição é de não falar daquilo que não se sabe.

Visitante – Retornemos, eu vos peço, às mesas moventes e falantes. Não poderia ocorrer que elas estivessem preparadas?

A.K – É sempre a questão da boa fé à qual já respondi. Quando a fraude estiver provada eu vo-la entrego; se vós assinalardes fatos confirmados de fraude, de charlatanismo, de exploração, ou abuso de confiança, eu os entrego à vossa fustigação, vos declarando de antemão que não lhes tomarei a defesa, porque, o Espiritismo sério é o primeiro a repudiá-lo, e mencionar os abusos é ajudar a preveni-los e prestar-lhe serviço. Mas generalizar essas acusações, derramar sobre uma massa de pessoas honradas a reprovação que merecem alguns indivíduos isolados, é um abuso de outro gênero: o da calúnia.

Admitindo, como vós o dizeis, que as mesas estivessem preparadas, seria preciso um mecanismo bem engenhoso para fazer executar movimentos e ruídos tão variados. Como não se conhece, ainda, o nome do hábil fabricante que as confecciona? No entanto, ele deveria ter uma enorme celebridade, uma vez que seus aparelhos estão espalhados nas cinco partes do mundo. É preciso convir, também, que seu procedimento é bel sutil, uma vez que se pode adaptar à primeira mesa encontrada, sem nenhum sinal exterior. Por que desde Tertuliano que, ele também, falou das mesas girantes e falantes, até o presente ninguém pôde ver o mecanismo, nem descrevê-lo?

(continua amanhã)

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