segunda-feira, 4 de maio de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO
Capitulo Primeiro
PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA
Primeiro diálogo – O CRÍTICO
Terceira Parte

VISITANTE – Eu tenho minhas idéias sobre esse assunto, é verdade. Elas, porém, não são tão absolutas que eu não consinta sacrificá-las à evidência. Eu vos disse, pois, senhor, que tendes um certo interesse em me convencer. Eu vos confessarei que devo publicar um livro onde me proponho demonstrar ex-professo (sic) o que vejo como um erro, e como esse livro deve ter um grande alcance e atacar vivamente os Espíritos, se eu chegar a ser convencido, na o publicarei.
A.K. – Eu ficaria desolado, senhor, por vos privar do beneficio de um livro que deve ter um grande alcance. Eu não tenho, de resto, nenhum interesse em vos impedir de fazê-lo, mas lhe desejo, ao contrário, uma grande popularidade, já que isso nos servirá de prospectos e de anúncios. Quando uma coisa é atacada, isso desperta a atenção; há muitas pessoas que querem ver os prós e os contras, e a crítica a faz conhecida daqueles mesmos que dela não sonhavam. É assim que a publicidade, freqüentemente, sem o querer, aproveita àqueles aos quais se quer prejudicar. A questão dos Espíritos, aliás, é tão palpitante de interesses e ela espicaça a curiosidade a um tal ponto, que basta mencioná-la à atenção para dar o desejo de aprofundá-la. (1)
VISITANTE – então, segundo vós, a crítica não serve para nada, a opinião pública não conta para nada?
A.K. – Eu não considero a crítica como a expressão da opinião pública, mas como uma opinião individual que pode se enganar. Lede a História e vereis quantas obras-primas foram criticadas quando apareceram, o que não as impediu de permanecerem obras-primas. Quando uma coisa é má, todos os elogios possíveis não a tornarão boa. Se o Espiritismo é um erro, ele cairá por si mesmo; se é uma verdade, todas as diatribes não farão dele uma mentira. Vosso livro será uma apreciação pessoal sob o vosso ponto de vista; a verdadeira opinião pública julgará se é correta. Por isso, quererão ver e se, mais tarde, for reconhecido que vos enganastes, vosso livro será ridículo como aquele que se publicou recentemente contra a teoria da circulação do sangue, da vacina, etc.

(1) depois deste diálogo, escrito em 1859, a experiência veio demonstrar largamente a justeza desta proposição.

(continua amanhã)

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