terça-feira, 7 de abril de 2009

RESUMO DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS

Quinta Parte

24. A diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, é a prova de que a alma já viveu; se houvesse sido criada ao mesmo tempo em que o corpo atual, não seria segundo a vontade de DEUS fazer umas mais avançadas que as outras. Porque os selvagens e os homens civilizados, os bons e os maus, os tolos e as pessoas de espírito? Dizendo que uns viveram mais que os outros e mais adquiriram, tudo se explica.

25. Se a existência atual fosse única e só ela devesse decidir o futuro da alma para a eternidade, qual seria a sorte das crianças que morrem em tenra idade? Não tendo feito nem o bem nem o mal, não merece nem recompensas nem punições. Segundo a parábola do CRISTO, cada um sendo recompensado segundo suas obras, não tem direito à felicidade perfeita dos anjos, nem merece dela estar privado. Dizei que poderão, numa outra existência, cumprir o que não fizeram naquela que foi abreviada, e não haver mais exceção.

26. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos cretinos e dos idiotas? Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não tem nenhuma responsabilidade de seus atos. DEUS seria justo e bom tendo criado almas estúpidas para lhes devotar uma existência miserável e sem compensação? Admiti, ao contrário, que a alma do cretino e do idiota, é um Espírito em punição num corpo impróprio a dar seu pensamento, onde está como um homem muito aprisionado por laços, e não terei mais nada que não esteja conforme a justiça de DEUS.

27. Nas encarnações sucessivas, sendo o Espírito pouco a pouco despojado de suas impurezas e pelo trabalho, chega ao fim de suas existências corpóreas; pertence, então, à ordem dos puros Espíritos ou dos anjos, e goza, ao mesmo, tempo da vida completa de DEUS e de uma felicidade sem mácula pela eternidade.

28. Estando os homens em expiação na Terra, DEUS, um bom pai, não os deixou entregues a si mesmos sem guias. Primeiro têm seus Espíritos protetores ou anjos guardiães, que velam sobre eles e se esforçam para conduzi-los no bom caminho; têm, ainda, os Espíritos em missão na Terra, Espíritos Superiores encarnados de tempos em tempos entre eles, para clarear o caminho pelos seus trabalhos e fazer a Humanidade avançar. Se bem que DEUS haja gravado sua lei na consciência, acreditou devê-la formular de maneira explicita; enviou-lhes primeiro Moisés; mas as leis de Moisés eram apropriadas aos homens de seu tempo; não lhes falou senão da vida terrestre, de penas e de recompensas temporárias. O CRISTO veio, em seguida, para completar a lei de Moisés por um ensinamento mais elevado; a pluralidade das existências (1), a vida espiritual, as penas e as recompensas morais. Moisés conduziu-os pelo temor, CRISTO pelo amor e pela caridade.

(1) Evangelho de São Mateus, Cap. XVII, v. 10 e seguintes. São João, Cap. III, v. 2 e seguintes.

(continua amanhã)

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