terça-feira, 21 de abril de 2009

RESUMO DA LEI DOS
FENÔMENOS ESPÍRITAS
II – MANIFESTAÇÕES DOS ESPÍRITOS
Terceira Parte

- A obscuridade necessária à produção de certos efeitos físicos, sem dúvida, se presta à suspeição e à fraude, mas nada prova contra a possibilidade do fato.
Sabe-se que, na química, há combinações que não se podem operar sob a luz; que composições ocorrem sob a ação do fluido lum9inoso; ora, sendo todos os fenômenos espíritas o resultado da combinação dos fluidos próprios do Espírito e do médium, e esses fluidos sendo da matéria, nada há de espantoso de que, em certos casos, o fluido luminoso seja contrário a essa combinação.

- Os Espíritos superiores não se ocupam das comunicações inteligentes senão tendo em vista a nossa instrução; as manifestações físicas ou puramente materiais, estão mais especialmente nas atribuições dos Espíritos inferiores, vulgarmente designados sob o nome de Espíritos batedores, como, entre nós, as habilidades dizem respeito aos saltimbancos e não aos sábios.

- Os Espíritos são livres, se manifestam quando querem, a quem lhes convém, e também quando podem, porque não tem sempre a possibilidade. Eles não estão às ordens e ao capricho de quem quer que seja, e não é dado a ninguém fazer com que venham contra sua vontade, nem fazê-los dizer o que querem calar; de sorte que ninguém pode afirmar que um Espírito qualquer virá ao seu chamado em um momento determinado ou responderá a tal pergunta. Dizer o contrário é provar ignorância absoluta dos princípios mais elementares do Espiritismo; só o charlatanismo tem fontes infalíveis.

- Há pessoas que obtêm regularmente, e de alguma forma à vontade, a produção de certos fenômenos; mas, há que se anotar que esses são sempre efeitos puramente físicos, mais curiosos do que instrutivos, e que se produzem constantemente em condições análogas. As circunstâncias nas quais são obtidos são de natureza a inspirarem dúvidas, tanto mais legitimas sobre sua realidade quando são geralmente objetos de uma exploração, e, freqüentemente, quando é difícil distinguir a mediunidade real da prestidigitação. Os fenômenos desse gênero, entretanto, podem ser o produto de uma mediunidade verdadeira, porque pode ocorrer que Espíritos de baixo estágio, que talvez tivessem tido esse ofício, se comprazam nessas espécies de exibições, mas seria absurdo pensar que os Espíritos, por pouca que seja sua elevação, se alegrem em se exibirem.

Isso não infirma em nada o principio da liberdade dos Espíritos, aqueles que vêm, o fazem porque isso lhes agrada, mas não porque sejam constrangidos, e do momento que não lhes convenha mais vir, se o individuo for verdadeiro médium, nenhum efeito se produzirá. Os mais poderosos médiuns de efeitos físicos ou outros têm tempos de interrupção, independentemente de sua vontade; os charlatães não os têm jamais.

De resto, esses fenômenos, supondo-os reais, são apenas uma aplicação muito parcial da lei que rege as relações do mundo corporal com o mundo espiritual, mas não constituem o Espiritismo; de sorte que sua negação não infirmaria em nada os princípios gerais da Doutrina.

(continua amanhã)

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