segunda-feira, 6 de abril de 2009

CRÔNICA SEMANAL

CALVÁRIO DE JESUS
Precisamos contemplar o cristo galgando o calvário. Precisamos reviver com ele as estações da via-sacra para nos compenetrarmos de seu amor por nós. Apesar de quê "A paixão não esta acabada ". Vivida pelo Cristo, que dos Homens tomou sobre si, todos os pecados e sofrimentos, há dois mil anos, ela é agora retomada parte por parte, no mundo, e o seria até o fim dos tempos. O Cristo, vivo em seus membros, continua a sofrer e a morrer por nós, sob os nossos olhos. A rua da amargura passa pelas nossas cidades, corta nossos bairros, atravessa nossos hospitais, nossas fábricas, passa pelos caminhos da miséria e do sofrimento, sob todas as suas formas, cruza os campos de batalhas. È diante destas estações que devemos também meditar e rezar pedindo ao cristo sofredor a força de amá-lo o bastante para agir. Neste momento, é nos tormentos que sofro por vós que eu encontro alegria. E completo em minha carne o que falta ainda aos padecimentos de Cristo por seu corpo que é a igreja.
( carta de Paulo aos cristãos de colosses,1.24 ).
"Eu estarei em agonia até o fim dos tempos ", diz DEUS. Serei crucificado até o fim dos tempos. Os cristãos, meus filhos, parecem que nem pensam nessas coisas. Sou flagelado, esbofeteado, esquartejado, crucificado, morro diante deles e não sabem, nada vêem, cegos, estão cegos, não são cristãos verdadeiros; se o fossem não viveriam mais enquanto eu morro. Senhor diz o Homem, não estou compreendendo, não é possível, estais exagerando, eu te defenderia caso fosses atacado, se agonizasses estaria ao seu lado. Senhor eu te amo! Não é verdade, diz DEUS, os Homens se iludem, dizem que me amam, pensam que me amam, muitas vezes são sinceros, admito, mas se enganam terrivelmente. Não compreendem, não vêem, lentamente foram deformando tudo, ressecam tudo, tudo escravizam, pensam que me amam porque uma vez por semana honram meu sagrado coração. Como se eu o amasse somente quatro vezes por mês. Pensam que me amam porque são metódicos nas devoções, porque assistem a uma Benção do santíssimo, não comem carne na sexta-feira santa, acendem velas ou rezam suas rezas diante do meu Sagrado Coração. Mas eu não sou de gesso, nem de pedra sou, nem de bronze. Sou de carne que vive, que sofre e que palpita. Estou no meio deles, não me reconhecem, sou mal remunerado, estou desempregado, moro num pardieiro, estou tuberculoso, durmo embaixo das pontes, estou na cadeia, sou explorado. Entretanto eu lhes havia dito: "O que fizerdes ao menor dentre os meus, é a min que fizestes...". Está claro. O pior é que eles sabem, mas não levam a sério. Partiram-me o coração e esperei que alguém tivesse compaixão de mim, mas não houve ninguém. Tenho fome. Tenho frio. Estou nu. Estou preso Sou escarnecido. Sou humilhado. Tudo isto porém é uma pequenina paixão, só para ir me acostumando, pois os Homens inventaram provações bem mais terríveis. Armados com Sua liberdade, terrivelmente armados com Sua liberdade inventaram. "Perdoai-lhes Senhor não sabem o que fazem ", inventaram a guerra verdadeira, inventaram a paixão verdadeira, pois onde estão os Homens lá estou eu, desde o dia em que me meti no meio deles, enviado em missão, entre todos, para todos. Desde o dia em que definitivamente me empenhei para tentar congregá-los, reuni-los. E agora ! ! ! Sou rico. Sou pobre. Operário. Patrão. Sindicalizado. Não sindicalizado. Grevista. Furador de greve. Pois não há tarefas que os Homens não me façam executar. Estou do lado dos que gritam nos comícios e do lado da policia, pois até em policia os Homens me transformam. Estou a esquerda e a direita. No centro. Estou aquém da cortina de ferro e além. Sou de e estou em todas as nações. Onde quer que estejam os Homens, ai estou eu. Receberam-me, tomaram posse de mim, os traidores ! Salve mestre ! E agora estou no meio deles, com eles, eles. Ora vejam o que fizeram de min... Flagelam-me. Esquartejam-me. Crucificam-me. Dilaceram-me dilacerando uns aos outros. Matam-me matando-se uns aos outros. Os Homens inventaram a guerra... Salto sobre as minas, agonizo no fundo do buraco, gemo crivado de estilhaços de obuses, rastejo no chão sob saraivada de metralhas, suo o sangue dos Homens em todos os campos de batalhas. Clamo gritos de Homens à noite dos combates. Morro a morte dos Homens na solidão dos combates. Oh ! terra de luta, imensa cruz sobre a qual dia a dia os Homens me reclinam. Não era então o bastante o madeiro de golgota ? Era preciso ainda este imenso altar para meu sacrifício de amor. Enquanto isso, ao meu redor os Homens riem, cantam, dançam, e, loucos, crucificam-me no meio de uma enorme gargalhada. Basta senhor ! ! tem dó ! Eu não quero ! não sou eu ! Sim meu filho és tu. Ès tu e são todos os teus irmãos, pois é preciso muitas marteladas para enfiar um cravo. È preciso muitas chicotadas para lanhar os ombros. È preciso muitos espinhos para fazer uma coroa, e és dessa Humanidade que, junta, me condena. Que importa se é dos que batem ou dos que olham, dos que escutam ou deixam correr, sois todos culpados; atores, expectadores, mas, sobretudo, meu menino, não sejas dos que dormem, dos que ainda conseguem dormir... em paz. Dormir ! é terrível dormir ! "Não podeis pois velar uma hora comigo ?". De joelhos, vamos pequeno, ouves o fragor dos combates ?
È o sino que toca DEUS MORRE POR TI, CRUCIFICADO PELOS HOMENS.
06/03/99 Biba por: Espíritos diversos.

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