quarta-feira, 4 de março de 2009

O PODER DA PRECE

O PODER DA PRECE
DA PRECE PELOS MORTOS E PELOS
ESPIRITOS SOFREDORES.
1ª Parte

A prece é reclamada pelos Espíritos sofredores; ela lhes é útil porque vendo que pensam neles, sentem-se menos abandonados, menos infelizes.
Mas a prece tem sobre eles uma ação mais direta: reergue-lhes a coragem, excitar-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela não só pode aliviar, mas abreviar seus sofrimentos. (Ver: O Céu e o Inferno, 2ª parte: Exemplos).
Certas pessoas não admitem a prece pelos mortos, porque, na sua crença, não há para a alma senão duas alternativas: ser salva ou condenada às penas eternas, e, num e noutro caso, a prece é inútil. Sem discutir o valor dessa crença, admitamos por um instante a realidade das penas eternas e irremissíveis, e que nossas preces sejam impotentes para lhes pôr um termo. Perguntamos se, nessa hipótese, é lógico, caridoso e cristão rejeitar a prece pelos condenados? Essas preces, por impotentes que sejam para os livrar, não são, para eles, um sinal de piedade que pode dulcificar seu sofrimento? Sobre a Terra, quando um homem é condenado perpetuamente, no caso mesmo que ele não tenha nenhuma esperança de obter a graça, é proibido de uma pessoa caridosa ir sustentar suas correntes para lhe aliviar o peso? Quando alguém está atacado de uma mal incurável, porque não oferece nenhuma esperança de cura, é preciso abandoná-lo sem nenhum alivio? Imagine que, entre os condenados pode se encontrar uma pessoa que vos foi cara, um amigo, talvez um pai, uma mãe ou um filho, e porque, segundo vocês, não poderá esperar sua graça, lhe recusarás um copo de água para estancar-lhe a sede? Um bálsamo para secar suas feridas? Não farias por ele o que farias por um prisioneiro? Não lhe daria um testemunho de amor, uma consolação? Não, isso não seria cristão. Uma crença que resseca o coração, não pode se aliar a de um DEUS que coloca, em primeiro lugar entre os deveres, o amor ao próximo.
A não eternidade das penas não implica a negação de uma penalidade temporária, porque DEUS, na sua justiça, não pode confundir o bem e o mal. Ora, negar, nesse caso, a eficácia da prece, seria negar a eficácia da consolação, do encorajamento e dos bons conselhos. Seria negar a força que se haure na assistência moral daqueles que nos querem bem.

(Continua amanhã)

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