terça-feira, 24 de março de 2009

O HOMEM DEPOIS DA MORTE

O HOMEM DEPOIS DA MORTE
5ª Parte

- Qual é, na vida futura a sorte das crianças que morrem em tenra idade?

Essa questão é uma das que provam melhor a justiça e a necessidade da pluralidade das existências. Uma alma que não tivesse vivido senão alguns instantes, não tendo feito nem o bem nem o mal, não mereceria nem recompensa nem punição. Segundo a máxima do CRISTO, de que cada um é punido ou recompensado segundo suas obras, seria, tanto ilógico como contrário à justiça de DEUS admitir-se que, sem trabalho, ela fosse chamada a gozar da felicidade dos anjos, ou que pudesse disso ser privada, e, todavia, ela deve ter uma sorte qualquer; um estado misto, pela eternidade, seria também injusto. Interrompida uma existência desde o seu principio, não podendo ter, pois, nenhuma conseqüência para a alma, sua sorte atual é a que merecia na sua precedente existência, e sua sorte futura aquela que merecerá nas suas existências ulteriores.

- As almas têm ocupações na outra vida? Ocupam-se de outras coisas além das suas alegrias ou seus sofrimentos?

Se as almas não se ocupassem senão de si mesmas durante a eternidade, isso seria egoísmo, e DEUS, que condena o egoísmo, não aprovaria na vida espiritual o que pune na vida corporal. As almas ou Espíritos têm ocupações de acordo com seu grau de adiantamento, ao mesmo tempo que procuram se instruírem e melhorarem.

- Em que consistem os sofrimentos da alma depois da morte? As almas culpadas são torturadas nas chamas materiais?

A Igreja, hoje, reconhece perfeitamente que o fogo do inferno é um fogo moral e não um fogo material, todavia, não define a natureza dos sofrimentos. As comunicações espíritas os colocam sob nossos olhos; por esse meio, nós podemos apreciá-los e nos convencer de que, por não ser o resultado de um fogo material, que não poderia queimar, com efeito, almas imateriais, eles não menos terríveis em certos casos. Essas penas não são uniformes e variam ao infinito, segundo a natureza e o grau das faltas cometidas, e são, quase sempre, essas próprias faltas que servem ao castigo. È assim que certos homicidas são constrangidos a permanecerem sobre o lugar do crime e a ter, sem cessar, suas vitimas sob seus olhos; que o homem de gostos sensuais e materiais conservas esses mesmos gostos, mas a impossibilidade de os satisfazer materialmente é para ele uma tortura; que certos avarentos crêem sofre o frio e as privações que suportaram durante a vida por avareza; outros permanecem perto dos tesouros que enterraram e estão em transe perpetuo pelo medo que os roubem; em uma palavra, não há uma falta, uma imperfeição moral, uma ação má que não tenha no mundo dos Espíritos, sua contrapartida e suas conseqüências naturais; e, para isso não há necessidade de um lugar determinado e circunscrito; por toda parte em que se encontre, o Espírito perverso carrega seu inferno consigo.

(Continua amanhã)

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