segunda-feira, 23 de março de 2009

O HOMEM DEPOIS DA MORTE

O HOMEM DEPOIS DA MORTE
4ª Parte

- Qual é, na outra vida, o estado intelectual e moral da alma da criança morta em tenra idade? Suas faculdades estão na infância, como durante a vida?

O desenvolvimento incompleto dos órgãos da criança não permitia ao Espírito se manifestar completamente; liberto desse envoltório, suas faculdades são as que tinha antes da sua encarnação. O Espírito não tendo passado senão alguns instantes na vida, suas faculdades não puderam se modificar.

NOTA: Nas comunicações Espíritas, o Espírito de uma criança pode, pois, falar como de um adulto, porque pode ser um espírito muito avançado. Se toma, algumas vezes, a linguagem infantil é para não tirar da mãe o encanto de um ser frágil e delicado, e enfeitado com as graças da inocência.

A mesma pergunta podendo ser feita sobre o estado intelectual da alma dos cretinos, dos idiotas e dos loucos, depois da morte, encontra uma solução na precedente.

- Que diferença há, depois da morte, entre a alma do sábio e do ignorante, do selvagem e do homem civilizado?

A mesma diferença, aproximadamente, que existe entre eles durante a vida, porque a entrada no mundo dos Espíritos não dá à alma todos os conhecimentos que lhe faltavam sobre a Terra.

- As almas progridem intelectual e moralmente, depois da morte?

- Elas progridem mais ou menos segundo sua vontade, e algumas progridem muito, mas têm necessidade de porem em prática, durante a vida corporal, o que adquiriram em ciência e em moralidade. Aquelas que estão estacionárias retomam uma existência análoga à que deixaram; as que progrediram merecem uma encarnação de uma ordem mais elevada.
O progresso, sendo proporcional à vontade do Espírito, há os que conservam por longo tempo os gostos e as tendências que tinham durante a vida, e que perseguem as mesmas idéias.

- A sorte do homem, na vida futura, é irrevogavelmente fixada depois da morte?

A fixação irrevogável do homem depois da morte seria a negação absoluta da justiça e da bondade de DEUS, porque há muitos que não dependeram de si mesmos para se esclarecerem suficientemente, sem falar dos idiotas, dos cretinos e dos selvagens, e das inumeráveis crianças que morrem antes de terem entrevisto a vida. Mesmo entre as pessoas esclarecidas, há muitas que puderam crer-se bastante perfeitas para estarem dispensadas de fazer mais, e isso não é uma prova manifesta que DEUS dá da sua bondade, permitindo ao homem fazer no dia seguinte o que não fez na véspera? Se a sorte está irrevogavelmente fixada, por que os homens morrem em idades tão diferentes, e por que DEUS, na sua justiça, não deixa a todos o tempo para fazerem o maior bem possível ou reparar o mal que fizeram? Quem sabe se o culpado que morreu aos trinta anos, não estaria arrependido, não teria se tornado um homem de bem, se vivesse até os sessenta anos? Porque DEUS lhes tira esse meio enquanto dá a outros? Só o fato da diversidade da vida, e do estado moral da grande maioria dos homens, prova a impossibilidade, se admitimos a justiça de DEUS, de que a sorte da alma seja irrevogavelmente fixada depois da morte.

(continua amanhã)

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