domingo, 29 de março de 2009

HISTÓRICO DO ESPIRITISMO

HISTÓRICO DO ESPIRITISMO
Quarta Parte

Com a ajuda dos golpes e dos movimentos convencionais, eles puderam exprimir seus pensamentos, mas a escrita lhes oferece o meio completo, o mais rápido e o mais cômodo; também é aquele que eles preferem (1). Pela mesma razão que podem levar a formar caracteres, podem guiar a mão para fazer traçar desenhos, escrever músicas, executar um trecho num instrumento, em uma palavra, na falta de seu próprio corpo, que não tem mais, servem-se do médium para se manifestarem aos homens de maneira sensível.

Os Espíritos ainda podem se manifestar de várias maneiras, entre outras pela visão e pela audição. Certas pessoas, ditas médiuns audientes, têm a faculdade de ouvi-los, e podem assim conversar com eles; outros os vêem: são os médiuns videntes. Os Espíritos que se manifestam à visão, geralmente, apresentam-se sob uma forma análoga à que tinham quando vivos, mais vaporosas; outras vezes, essa forma tem toda as aparências de um ser vivo, ao ponto de iludir completamente, e que algumas vezes, foram tomados por pessoas em carne e osso, com os quais se pôde conversar e trocar apertos de mão, sem desconfiar que se relacionava com Espíritos, de outro modo senão pelo seu desaparecimento súbito.

A visão permanente e geral dos Espíritos é muito rara, mas as aparições individuais são bastante freqüentes, sobretudo no momento da morte; o Espírito liberto parece se apressar para ir rever seus parentes e amigos, como para adverti-los que acaba de deixar a Terra e dizer-lhes que vive sempre.

Que cada um reúna suas lembranças, e ver-se-á quantos fatos desse gênero, dos quais não se dava conta, ocorreram não somente à noite, durante o sono, mas em pleno dia, no estado de vigília mais completo. Outrora se olhava esses fatos como sobrenaturais e maravilhosos, e se os atribuía à magia e à feitiçaria; hoje os incrédulos os colocam à conta da imaginação; mas desde que a ciência espírita deu-lhes a chave, sabe-se como se produzem, e que não saem da ordem de fenômenos naturais.

Crê-se ainda que os Espíritos, pelo único fato de serem Espíritos, devem ter a soberana ciência e a soberana sabedoria; foi um erro que a experiência não tardou a demonstrar. Entre as comunicações dadas pelos Espíritos, há as que são sublimes de profundeza, de eloqüência, de sabedoria, de moral, e não respiram senão a bondade e a benevolência; mas, ao lado disso, há as muito vulgares, levianas, triviais, grosseiras mesmo, e pelas quais o Espírito revela os instintos mais perversos. É, pois, evidente que elas não podem emanar da mesma fonte, e que se há bons Espíritos, há também maus. Os Espíritos, não sendo outra coisa que a alma dos homens, não podem naturalmente tornarem-se perfeitos deixando seu corpo; até que hajam progredido, conservam as imperfeições da vida corpórea; por isso, se os vê em todos os graus de bondade e de maldade, de saber e de ignorância.

(continua amanhã)

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