sábado, 28 de março de 2009

HISTÓRICO DO ESPIRITISMO

HISTÓRICO DO ESPIRITISMO
Terceira Parte
- Que são esses Espíritos? Que papel desempenham no Universo? Com qual objetivo se comunicaram aos mortais?

Tais são as primeiras perguntas que se tratava de resolver. Soube-se logo, por eles mesmos, que não são seres à parte na criação, mas as próprias almas daqueles que viveram na Terra ou em outros mundos; que essas almas, depois de se despojarem de seu envoltório corporal, povoam e percorrem o espaço. Não mais foi permitido disso duvidar quando se reconheceu, entre eles, seus parentes e seus amigos, com os quais puderam se entreter; quando estes vieram dar a prova de sua existência, demonstrar que não há de morto neles senão o corpo, que sua alma ou Espírito vive sempre, que estão ali, perto de nós, vendo-nos e observando-nos como quando vivos, cercando com sua solicitude aqueles que amaram, e dos quais a lembrança, para eles, é uma doce satisfação.
Faz-se geralmente dos Espíritos uma idéia completamente falsa; eles não são como muitos os figuram, seres abstratos, favos e indefinidos, nem qualquer coisa como um clarão ou uma centelha; são, ao contrário, seres muito reais, tendo sua individualidade e uma forma determinada. Pode-se deles fazer uma idéia aproximada pela explicação seguinte:

Há no homem três coisas essenciais: 1ª a alma ou Espírito, principio inteligente em quem residem o pensamento, a vontade e o senso moral; 2ª o corpo, envoltório material pesado e grosseiro, que coloca o Espírito em relação com o mundo exterior; 3ª o perispírito, envoltório fluídico, leve, servindo de laço e de intermediário entre o Espírito e o corpo. Quando o envoltório exterior está usado e não pode mais funcionar, ele cai e o Espírito dele se despoja como o fruto de sua casca, a árvore de sua crosta; em uma palavra, como se tira uma velha roupa fora de seu uso; é o que se chama a morte.

A morte, portanto, não é outra coisa senão a destruição do grosseiro envoltório do Espírito; só o corpo morre o Espírito não morre. Durante a vida o Espírito está, de alguma sorte, comprimido pelos laços da matéria ao qual está unido; e que, freqüentemente, paralisa suas faculdades; a morte do corpo desembaraça-o de seus laços; dele se liberta e recobra sua liberdade, como a borboleta saindo de sua crisálida; mas não deixa senão o corpo material; conserva o perispirito, que constitui, para ele, uma espécie de corpo etéreo,vaporoso, imponderável pra nós e de forma humana, que parece ser a forma tipo. Em seu estado normal, o perispirito é invisível, mas o Espírito pode fazê-lo sofrer certas modificações que o tornam momentaneamente acessível à visão e mesmo ao toque, como ocorre para o vapor condensado; é assim que podem, algumas vezes, mostrarem-se a nós nas aparições. É com a ajuda do perispirito que o Espírito age sobre a matéria inerte, e produz os diversos fenômenos de ruídos, de movimentos, de escrita, etc. (as pancadas e os movimentos são, para os Espíritos, os meios de atestarem sua presença e chamarem sobre eles, a atenção, absolutamente como quando uma pessoa bate para advertir que há alguém. Há os que não se limitam a ruídos moderados, mas que vão até fazerem um alarido semelhante ao da louça que se quebra, de portas que se abrem, ou de móveis que tombam.

(continua amanhã)


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