quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O PODER DA ORAÇÃO

O PODER DA ORAÇÃO
2ª Parte

EFICÁCIA DA PRECE

O que quer que seja que pedir na prece, creia que o obterá e lhe será concedido (São Marcos, cap. XI, v. 24)

Há pessoas que contestam a eficácia da prece, e se baseiam no principio de que, conhecendo DEUS nossas necessidades, é supérfluo expor-lhas. Acrescentam, ainda, que tudo se encadeando no Universo por leis eternas, nossos desejos não podem mudar os decretos de DEUS.
Sem nenhuma dúvida, há leis naturais e imutáveis que DEUS não pode derrogar segundo o capricho de cada um; mas daí acreditar que todas as circunstâncias da vida estão submetidas `fatalidade, a distância é grande. Se assim fora, o homem não seria senão um instrumento passivo, sem livre arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, não teria senão que curvara cabeça sob o golpe de todos os acontecimentos, sem procurar evitá-los; não deveria procurar desviar o raio. DEUS não lhe deu o discernimento e a inteligência para deles não se servir, a vontade para não querer, a atividade para permanecer inativo. Estando o homem livre para agir, num sentido ou no outro, seus atos têm, para ele e para os outros, conseqüências subordinadas àquilo que faz ou deixa de fazer. Pela sua iniciativa há, pois, acontecimentos que escapam forçosamente à fatalidade, e que não destroem a harmonia das leis universais, como o avanço ou retardo da agulha de um pêndulo não destrói a lei do movimento sobre o qual está estabelecido o mecanismo. DEUS pode, pois, aceder a certos pedidos sem derrogar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, ficando seu acesso sempre subordinado à sua vontade.

Seria ilógico concluir desta máxima: “O que quer que seja que pedir pela prece lhe será concedido”, que basta pedir para obter, e seria injusto acusar a Providência porque não cede a todo pedido que lhe é feito, pois ela sabe, melhor que nós, o que é para o nosso bem, e o que merecemos. O mesmo ocorre com um pai sábio que recusa ao filho as coisas contrárias aos interesses deste. O homem, geralmente, não vê senão o presente; ora, o sofrimento é útil à sua felicidade futura. DEUS o deixará sofrer, como o cirurgião deixa o doente sofrer uma operação que deve conduzi-lo à cura.

O que DEUS concederá, se nos dirigimos a ELE com confiança, é a coragem , a paciência e a resignação. O que concederá, ainda, são os meios de sair por sim mesmo da dificuldade, como ajuda das idéias que são sugeridas pelos bons Espíritos, deixando-lhes, assim, o mérito. Assiste aqueles que ajudam a si mesmos, segundo está máxima: “Ajuda-te que o céu te ajudará”, e não àqueles que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das próprias faculdades; mas, geralmente, prefere-se ser socorrido por um milagre, sem nada fazer. (Cap. XXV nº 1 e seguinte).

(Continua amanhã)

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