sábado, 28 de fevereiro de 2009

O PODER DA ORAÇÃO

O PODER DA ORAÇÃO
5ª Parte

Pela prece, o homem chama para si o concurso dos bons Espíritos, que vêm sustentá-los nas suas boas resoluções, e inspirar-lhes bons pensamentos; adquire, assim, a força moral necessária para vencer as dificuldades e reentrar no caminho reto se dele se afastou, assim como afastar de si os males que atrai por sua própria falta. Um homem, por exemplo, vê sua saúde arruinada pelos excessos que cometeu, e arrasta até o fim de seus dias, uma vida de sofrimentos; ele tem o direito de se lamentar, se não obtém à cura? Não, porque poderia encontrar na prece a força para resistir às tentações.

Se dividíssemos os males da vida em duas partes, uma daquelas que o homem não pode evitar, outra das tribulações, cuja causa primeira é ele mesmo, pela sua incúria e seus excessos, ver-se-ia que esta suplanta muito em número sobre a primeira. É, pois, evidente, que o homem é o autor da maioria das suas aflições, e que delas se pouparia se agisse sempre com sabedoria e prudência.

Não é menos certo que essas misérias são o resultado das nossas infrações às leis de DEUS, e que se observássemos pontualmente essas leis, seríamos perfeitamente felizes. Se não ultrapassarmos o limite do necessário na satisfação de nossas necessidades, não teremos as doenças que são conseqüências dos excessos e as vicissitudes que essas doenças ocasionam. Se colocarmos limite à nossa ambição, não temeremos a ruína. Se não quisermos subir mais alto do que podemos, não temeremos cair. Se formos humildes, não sofreremos decepções do orgulho humilhado. Se praticarmos a lei da caridade, não seremos nem maldizentes, nem invejosos, nem ciumentos, e evitaremos as querelas e as dissensões. Se não fizermos mal a alguém, não temeremos, não temeremos as vinganças, etc.

Admitamos que o homem nada pudesse sobre os outros males; que toda prece seja supérflua para deles se preservar, já não seria muito estar livre de todos aqueles que provém de si mesmo? Ora, aqui a ação da prece se concebe facilmente, porque ela tem por efeito evocar as inspirações salutares dos bons Espíritos, de pedir-lhes a força para resistir aos maus pensamentos, cuja execução pode nos ser funesta. Nesse caso, não é o mal que afastam, mas a nós mesmos do pensamento que pode causar o mal; eles não entravam em nada os decretos de DEUS, nem suspendem o curso das leis da Natureza, mas nos impedem de infringir essas leis, dirigindo o nosso livre arbítrio; mas o fazem com o nosso desconhecimento, de maneira oculta, para não acorrentar nossa vontade.

(Continua amanhã)

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