terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O DOM SUPREMO

DOM SUPREMO
Henry Drummond
2ª Parte

Todos nós, em algum momento, já fizemos a mesma pergunta que todas as gerações fizeram:
Qual a coisa mais importante da nossa existência?
Queremos empregar nossos dias da melhor maneira, pois, ninguém mais pode viver por nós. Então, precisamos saber: para onde devemos dirigir nossos esforços, qual o supremo objetivo a ser alcançado?
Estamos acostumados a escutar que o tesouro mais importante do mundo espiritual é a Fé. Nesta simples palavra se apóiam muitos séculos de religião.
Consideramos a Fé a coisa mais importante do mundo? Pois bem, estamos completamente errados.
Se em algum momento acreditamos nisto, podemos deixar de acreditar.
No capítulo que acabei de ler, fomos conduzidos aos primeiros tempos do Cristianismo. E, como vimos, “permanecem a Fé, a Esperança, e o Amor, estes três. Porém, o mais importante é o Amor”.
Não se trata de uma opinião superficial de Paulo, autor daquelas linhas. Afinal de contas, ele estava falando de Fé um momento antes . Ele dizia
“Ainda que eu tenha tamanha Fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver Amor, nada serei”.
Paulo não fugiu do assunto; pelo contrário, comparou a Fé com o Amor. E concluiu:
“(.....) o maior destes é o AMOR”.
Deve ter sido muito difícil para Paulo dizer isto. Um homem costuma recomendar aos outros aquilo que, nele, é o ponto forte.
O Amor não era o ponto forte de Paulo. Um estudante com senso de observação irá notar que, à medida que envelhecia, o apóstolo tornava-se mais tolerante, mais terno. Mais a mão que escreveu ”porém, o maior deste é o Amor”, esteve muitas vezes manchada de sangue na juventude.
Além disso, esta carta aos coríntios não é o único documento a mostrar o Amor como o “summum bonum” o Dom Supremo. Todas as obras primas do Cristianismo concordam a este respeito.
Pedro diz: “acima de tudo, porém, tende Amor intenso uns para com os outros, porque o Amor cobre multidão de pecados”.
E João vai mais longe: DEUS é Amor”
Podemos ler, também, em outro trecho de Paulo: “o cumprimento da Lei é o Amor”.
Por que Paulo disse isto? Nessa época os homens procuravam chegar até o Paraíso cumprindo os Dez Mandamentos – e as centenas de outros dez mandamentos que eles haviam fabricado tendo como base as Taboas da Lei. Cumprir a Lei era tudo. Era mais importante, inclusive, que viver.
Então Cristo disse: eu vou mostrar a vocês uma maneira mais simples de chegar ao Pai. Se vocês aprenderem isto, podem fazer centenas de outras coisas sem medo de ofender a deus.
Amor. Se vocês amarem, estão cumprindo a lei, mesmo que não tenham consciência disto.

Podemos verificar por nós mesmo que este conselho funcionou.
Peguemos um mandamento qualquer: “Amar a DEUS sobre todas as coisas.” Eis o Amor.
“Não tomar o seu nome em vão”
Ousaríamos falar superficialmente de alguém que amamos?
“Guardar domingos e festas”
Não ficamos muitas vezes ansiosos, esperando o dia de encontrar quem amamos para nos dedicarmos ao Amor? Então, se amamos DEUS, o mesmo há de acontecer.
O Amor exige que obedeçamos todas as leis de DEUS.
Quando um homem ama, é desnecessário exigir que honre seu pai e sua mãe, ou que não mate. Para o homem que quer bem a seu próximo é uma ofensa exigir que não roube – como poderia roubar quem ama? E seria supérfluo pedir que não levante falso testemunho – pois jamais faria isto, como seria incapaz de desejar a pessoa que o outro ama.
Portanto, “o Amor é o cumprimento da Lei”.
O Amor é a regra que resume todas as outras regras.
O Amor é o mandamento que justifica todos os outros mandamentos.
O Amor é o segredo da vida.
Paulo terminou aprendendo isto, e nos deu, na carta que lemos agora, a melhor e mais importante descrição do summum bonum, o Dom Supremo.

(continua amanhã)

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