terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A LEI DE AMOR - Parte II

O amor é de essência divina, e, desde o primeiro até o último, possuímos no fundo do coração a chama desse fogo sagrado. É um fato que puderam constatar muitas vezes. O homem mais objeto, o mais vil, o mais criminoso, tem por um ser, ou por um objeto qualquer, uma atenção viva e ardente, a prova de tudo que tendesse a diminuí-la, e atingindo, freqüentemente, proporções sublimes.

Disse eu por um ser ou por um objeto qualquer, porque existem entre vocês indivíduos que dispensam tesouros de amor, dos quais seus corações transbordam, sobre animais, sobre plantas, e mesmo sobre objetos materiais. Espécies de misantropos se queixando da Humanidade em geral, resistindo contra a tendência natural de sua alma que procura, ao seu redor, a afeição e a simpatia. Eles rebaixam a Lei de Amor ao estado de instinto. Mas, qualquer coisa que façam, não saberão sufocar o germe vivaz que DEUS lhes depositou nos corações, na sua criação. Esse germe se desenvolve e engrandece com a moralidade e a inteligência, e, ainda que comprimido pelo egoísmo, é a fonte de santas e doces virtudes que fazem as afeições sinceras e duráveis, e lhes ajudam a transpor a rota escarpada e árida da existência humana.

Há algumas pessoas a quem a prova de reencarnação repugna, no sentido de que outros participem de suas afetuosas simpatias, das quais são ciosas. Pobres irmãos! É a sua afeição que lhes torna egoístas. Seu amor está restrito a um circulo intimo de parentes ou de amigos, e todos os outros lhes são indiferentes. Pois bem! Para praticar a Lei de Amor, tal como DEUS a entende, é preciso que cheguem, progressivamente, a amar a todos os seus irmãos, indistintamente. A tarefa será longa e difícil, mas se cumprirá. DEUS o quer, e a Lei de Amor é o primeiro e mais importante preceito de sua nova Doutrina, porque é a que deverá, um dia, matar o egoísmo, sob qualquer forma que ele se apresente. Porque, além do egoísmo pessoal, há ainda o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. JESUS disse: “Amai o próximo como a vós mesmos”. Ora, qual é o limite do próximo? A família, a seita, a nação? Não, é a Humanidade toda. Nos mundos superiores, é o amor recíproco que harmoniza e dirige os espíritos avançados que os habitam, e o seu planeta, destinado a um progresso próximo por sua transformação social, verá praticar, por seus habitantes, esta lei sublime, reflexo da Divindade.

Os efeitos da Lei de Amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos deverão se reformar quando virem os benefícios produzidos por esta prática. Não faça aos outros o que não queres que lhe seja feito, mas faça,ao contrario, todo o bem que está em seu poder faça-o.

Não creias ma esterilidade e no endurecimento do coração humano. Ele cede, a seu malgrado, ao amor verdadeiro. É um imã ao qual não pode resistir, e ao contrário desse amor vivifica e fecunda os germes dessa virtude que está nos seus corações em estado latente. A Terra, morada de prova e de exílio, será então purificada por esse fogo sagrado, e verá praticar a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação, o sacrifício, virtudes todas filhas do amor. Não cansei pois, de ouvir as palavras de João, o Evangelista: vocês sabem que quando a enfermidade e a velhice suspenderam o curso de suas pregações, ele não repetia senão estas doces palavras: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”.

Caros irmãos amados, utilizei com proveito essas lições. Sua prática é difícil, mas a alma delas retira um bem imenso. Creiam-me, façam o sublime esforço que lhes peço: “Amai-vos”, e verão bem cedo a Terra transformada e tornar-se um Elisio, aonde as almas dos justos virão gozar o repouso. (Fenelon)

(Trecho extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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