sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A ERA NOVA - Parte III

Santo Agostinho é um dos maiores divulgadores do Espiritismo. Ele se manifesta quase sempre por toda parte.A razão disso encontramos na vida desse grande filósofo cristão, que pertence a essa vigorosa falange dos Pais da igreja, aos quais a cristandade deve seus mais sólidos alicerces. Como muitos, foi arrancado ao paganismo, dizemos melhor, a impiedade mais profunda, pelo esplendor da verdade. Quando, em meio aos seus excessos, sentiu em sua alma essa vibração estranha que o chamava para si mesmo, e lhe fez compreender que a felicidade estava em algum lugar e não nos prazeres enervantes e fugidios, quando, enfim, sobre sua estrada de Damasco também ouviu a voz santa lhe exclamar: Saulo, Saulo, porque me persegues? Ele exclamou: Meu DEUS! Meu DEUS! Perdoa-me, eu creio, eu sou cristão! Depois, então, tornou-se um dos mais firmes sustentáculos do Evangelho. Podem-se ler, nas confissões notáveis que nos deixou esse eminente Espírito, as palavras, ao mesmo tempo, características e proféticas, que pronunciou depois de ter perdido Santa Mônica: “Eu estou persuadido de que minha mãe voltará a me visitar e me dar conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura”. Que ensinamento nessas palavras, e que previsão brilhante da futura doutrina! É por isso que, hoje, vendo chegada a hora para a divulgação da verdade que ele havia pressentido outrora, se fez dela o ardente propagador, e se multiplica, por assim dizer, para responder a todos aqueles que o chamaram.

NOTA: Santo Agostinho vem, pois, destruir aquilo que edificou? Seguramente que não. Mas, como tantos outros, ele vê com os olhos do espírito o que não via como homem. Sua alma liberta entrevê novas claridades e compreende o que não compreendia antes. Novas idéias lhe revelaram o verdadeiro sentido de certas palavras. Sobre a Terra, julgava as coisas segundo os conhecimentos que possuía, mas, quando uma nova luz se fez para ele, pôde julgá-las mais judiciosamente. Foi assim que mudou de idéia sobre sua crença concernente aos Espíritos incubos e súcubos, sobre a censura que havia lançado contra a teoria dos antípodas. Agora com o Cristianismo lhe aparece em toda a sua pureza, pode ele, sobre certos pontos, pensar diferentemente do que quando vivo, sem deixar de ser o apóstolo cristão. Pode, sem renegar sua fé, fazer-se o propagador do Espiritismo, porque nele vê o cumprimento das coisas preditas. Proclamando-o, hoje, não faz senão nos conduzir a uma interpretação mais sã e mais lógica dos textos. Assim ocorre com outros Espíritos que se encontram em posição análoga.

(Trecho extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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