sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A CÓLERA - 2ª Parte

Segundo a idéia muita falsa de que não pode reformar a sua própria natureza, o homem se crê dispensado de esforçar-se para se corrigir dos defeitos, nos quais se compraz voluntariamente ou que exigiriam muita perseverança; é assim, por exemplo, que o homem inclinado à cólera se desculpa, quase sempre, com o seu temperamento; antes de se considerar culpado, ele reputa a falta ao seu organismo, acusando, assim, DEUS de suas próprias faltas. É ainda uma conseqüência do orgulho, que se encontra misturado a todas as suas imperfeições.

Sem contradita, há temperamentos que se prestam, mais que outros, aos atos violentos, como há músculos mais flexíveis que prestam melhor para os torneios de força, mas não creiam que ai esteja a causa primeira da cólera, e estejam persuadidos de que um Espírito pacífico, mesmo num corpo bilioso, será sempre pacífico; e que um Espírito violento, num corpo linfático, por isso não será mais brando; somente a violência tomará um outro caráter; não havendo um organismo próprio para secundar sua violência, a cólera será concentrada, e no outro caso será expansiva.

O corpo não dá cólera àquele que não a tem, como não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem que é disforme não pode se tornar direito porque o Espírito nada tem com isso, mas pode modificar o que é do Espírito quando tem uma vontade firme. A experiência não lhes prova, Espíritas, até onde pode ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que vês se operar? Dize-lhes,pois, que o homem não permanece vicioso senão porque quer permanecer vicioso. Mas aquele que quer se corrigir sempre o pode, de outra forma a lei do progresso não existiria para o homem.

(Trecho extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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