terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A AFABILIDADE E A DOÇURA

A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são a manifestação. Entretanto, não é preciso ficar-se sempre nas aparências. A educação e o hábito do mundo podem dar o verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não é senão mascara para o exterior, uma roupagem cuja forma premeditada esconde as deformidades ocultas! O mundo está cheio dessas pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração. Que são brandas, contando que nada as machuque, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua dourada, quando falam face a face se transmuda em dardo envenenado, quando estão por detrás.

A essa classe pertencem ainda esses homens benignos por fora e que, tiranos domésticos, fazem sofrer, sua família e seus subordinados, o peso do seu orgulho e do seu despotismo, como se querendo compensar do constrangimento que se impuseram alhures; não se atrevendo a usar de autoridade sobre estranhos que os recolocariam em seu lugar, eles querem ao menos ser temidos por aqueles que não podem resistir-lhes; sua vaidade alegra-se de poder dizer “Aqui eu mando e sou obedecido”; sem pensar que poderiam acrescentar co mais razão: “E sou detestado”.

Não basta que dos lábios gotejem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, nunca se contradiz; é o mesmo diante do mundo e na intimidade; ele sabe, aliás, que se pode enganar os homens, pelas aparências, não pode enganar a DEUS.

(Trecho extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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