sexta-feira, 28 de novembro de 2008

PROVAS VOLUNTÁRIAS. O VERDADEIRO SACRIFÍCIO - Parte IV

Aquele que está desgostoso da vida, mas não quer suicidar-se, é culpável em procurar a morte sobre um campo de batalha, com o pensamento de torná-la útil?

Que o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre de abreviar a sua vida e, por conseguinte, há suicídio de intenção senão de fato. O pensamento de que sua morte servirá para alguma coisa é ilusório. Não é senão um pretexto para colorir sua ação e excusá-lo aos seus próprios olhos. Se ele tinha seriamente o desejo de servir o seu país, procuraria viver, defendendo-o em tudo, e não morrer, porque uma vez morto não lhe serve mais para nada. O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte quando se trata de ser útil em enfrentar o perigo, a fazer por antecipação e sem pesar o sacrifício de sua vida se isso é necessário. Mas a intenção premeditada de procurar a morte, expondo-se a um perigo, mesmo para prestar serviço, anula o mérito da ação.

Um homem se expõe a um perigo iminente para salvar a vida de um dos seus semelhantes, sabendo de antemão que ele mesmo sucumbirá; isso pode ser considerado um suicídio?

Do momento que não há intenção de procurar a morte, não há suicídio, mas devotamento e abnegação, embora a certeza de perecer. Mas quem pode ter essa certeza? Quem disse que a Providência não reserva um meio inesperado de salvação no momento mais critico? Não pode ela salvar mesmo aquele que estiver na boca de um canhão? Freqüentemente, pode ela querer prolongar a prova de resignação até seu último limite, quando uma circunstância inesperada desvia o golpe fatal.

Aqueles que aceitam seus sofrimentos com resignação, por submissão à vontade de DEUS e com vistas à sua felicidade futura, não trabalham senão para si mesmos, e podem tornar seus sofrimentos proveitosos aos outros?

Esses sofrimentos podem ser proveitosos a outrem, material e moralmente. Materialmente, se, pelo trabalho, as provações e os sacrifícios que se impõem contribuem para o bem estar material do próximo. Moralmente, pelo exemplo que dão de sua submissão à vontade de DEUS. Esse exemplo do poder da fé Espírita pode estimular os infelizes à resignação, salvá-los do desespero e de suas funestas conseqüências para o futuro.

(Trecho extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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