quarta-feira, 26 de novembro de 2008

PROVAS VOLUNTÁRIAS. O VERDADEIRO SACRIFÍCIO - Parte II

Deve-se pôr termo às provas do próximo quando se pode, ou é preciso, por respeito aos desígnios de DEUS, deixá-las seguir seu curso?

Dissemos e repetimos, freqüentemente, que vocês estão sobre essa Terra de expiação para rematar suas provas, e que tudo aquilo que lhes sucede é uma conseqüência de suas existências anteriores, o ônus da divida a pagar. Mas esse pensamento provoca, em vertas pessoas, reflexões que é necessário deter, porque poderiam ter conseqüências funestas.
Alguns pensam que, desde o momento que se está sobre a Terra para expiar, é preciso que as provas tenham seu curso. Há mesmo os que querem até crer que não somente é preciso nada fazer para as atenuar, mas que é preciso, ao contrário, contribuir para torná-las mais proveitosas, tornando-as mais vivas. É um grande erro. Sim, suas provas devem seguir o curso que DEUS lhes traçou, mas conhecem esse curso? Sabem até que ponto elas devem ir, e se seu PAI Misericordioso, não disse ao sofrimento deste ou daquele dos seus irmãos: “Tu não irás mais longe”? Sabem se sua providência lhes escolheu não como instrumento de suplicio para agravar os sofrimentos do culpado, mas como bálsamo de consolação que deve cicatrizar as feridas que sua justiça tinha aberto? Não digam, pois, quando viris um de seus irmãos atingido. É a justiça de DEUS, é preciso que ela tenha o seu curso. Mas digam, ao contrário: Vejamos que meios nosso PAI Misericordioso colocou ao meu alcance para abrandar o sofrimento do meu irmão. Vejamos se minhas consolações morais, meu apoio material, meus conselhos, não poderão ajudá-lo a vencer essa prova com mais força, paciência e resignação. Vejamos mesmo se DEUS não colocou em minhas mãos o meio de fazer cessar esse sofrimento. Se não me foi dado, como prova também, como expiação talvez, deter o mal e substituí-lo pela paz.

Ajudem-se sempre, pois, em suas provas respectivas, e não se considerem jamais instrumentos de tortura. Esse pensamento deve revoltar todo homem de coração, sobretudo, ao Espírita, porque o Espírita, melhor que todos os outros, deve entender a extensão infinita da bondade de DEUS. O Espírita deve pensar que sua vida inteira deve ser um ato de amor e devotamento. Que qualquer coisa que faça para contrariar as decisões do SENHOR, sua justiça terá o seu curso. ELE pode, pois, sem medo, fazer todos os esforços para abrandar a amargura da expiação, mas é só DEUS que pode detê-la ou prolongá-la segundo julgue necessário.

Não haveria um grande orgulho da parte do homem, em se crer no direito de revolver por assim dizer, a arma na ferida? De aumentar a dose de veneno no peito daquele que sofre, sob o pretexto de que tal é sua expiação? Oh! Considerem-se sempre como um instrumento escolhido para fazê-la cessar. Resumamos assim: Estão todos na Terra para expiar, mas todos sem exceção, devem empregar todos os seus esforços para abrandar a expiação de seus irmãos, segundo a Lei de Amor e de Caridade.

(Trecho extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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