segunda-feira, 10 de novembro de 2008

LAÇOS DE FAMÍLIA FORTALECIDOS PELA REENCARNAÇÃO E QUEBRADOS PELA UNICIDADE DA EXISTENCIA - Parte II

A união e a afeição que existem entre os parentes são indícios da simpatia anterior que os aproximou. Também se diz, falando de uma pessoa cujo caráter, gostos e inclinações não tem nenhuma semelhança com os seus parentes, que ela não é da família. Dizendo isso, se enuncia maior verdade do que se crê. DEUS permite, nas famílias, essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com duplo objetivo de servir de prova para alguns, e de meio de adiantamento para outros. Os maus se melhoram pouco a pouco ao contato com os bons e pelos cuidados que deles recebem. Seu caráter se abranda, seus costumes se depuram e suas antipatias se apagam. È assim que se estabelece a fusão entre as diferentes categorias de Espíritos, como ocorre na Terra, entre raças e povos.
O temor do aumento indefinido da parentela, em conseqüência da reencarnação, é um temor egoísta, que prova não se sentir um amor bastante amplo para transportá-lo sobre um grande número de pessoas. Um pai que tem vários filhos ama-os, pois, menos que se tivesse apenas um? Mas que os egoístas se tranqüilizem, pois, esse amor não tem fundamento. Do fato de um homem ter tido dez reencarnações, não se segue que ele encontrará no mundo dos Espíritos dez pais, dez mães, dez mulheres, e um número proporcional de filhos e de novos parentes. Ele aí não reencontrará sempre senão os mesmos objetos da sua afeição, que lhe foram ligados sobre a Terra, sob títulos diferentes ou, talvez, pelo mesmo título.
Vejamos agora as conseqüências da doutrina da não-reencarnação. Essa doutrina anula, necessariamente, a preexistência da alma. As almas sendo criadas ao mesmo tempo que o corpo, não existe entre elas nenhum laço anterior. São completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho ao seu filho. A filiação das famílias se encontra, assim, reduzida unicamente à filiação corporal, sem nenhum laço espiritual. Não há, pois, nenhum motivo para se glorificar de ter tido por ancestrais tais ou tais personagens ilustres. Com a reencarnação, ancestrais e descendentes podem ter se conhecido, vivido juntos, se amando, e se encontrarem reunidos mais tarde para estreitar seus laços simpáticos.

(Trecho extraído do Evangelho Segundo o Espiritismo)

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