quarta-feira, 10 de junho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPITULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPÍRITA

SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO

MEIOS DE COMUNICAÇÃO


PRIMEIRA PARTE

VISITANTE – Falastes de meios de comunicação; poderíeis dar-me uma idéia deles, porque é difícil compreender como esses seres invisíveis podem conversar conosco?

A.K. – De bom grado, todavia, o farei ligeiramente porque isso exigiria um desenvolvimento muito grande, que encontrareis notadamente em “O Livro dos Médiuns”. Mas o pouco que vos direi bastará para vos colocar a par do mecanismo e servirá, sobretudo, para compreenderdes melhor algumas experiências às quais poderíeis assistir até vossa iniciação completa.

A existência desse envoltório semi-material, ou perispírito, é já uma chave que explica muitas coisas e mostra a possibilidade de certos fenômenos. Quanto aos meios, eles são muito variados e dependem, seja da natureza mais ou menos depurada dos Espíritos, seja das disposições particulares às pessoas que lhes servem de intermediárias. O mais vulgar, aquele que se pode dizer universal, consiste na intuição, quer dizer, nas idéias e pensamentos que eles nos sugerem, mas esse meio é muito pouco apreciável na generalidade dos casos. Há outros mais materiais.

Certos Espíritos se comunicam por pancadas, respondendo por sim ou por não, ou designando as letras que devem formar palavras. As pancadas podem ser obtidas pelo movimento basculante de um objeto, de uma mesa, por exemplo, que bate o pé. Freqüentemente, eles se fazem ouvir na própria substância dos corpos, sem movimentos destes. Esse modo primitivo é demorado e dificilmente se presta ao desenvolvimento de idéias de uma certa extensão. A escrita a substituiu, obtendo-se esta de diferentes maneiras. Primeiro serviu-se, e algumas vezes se usa ainda, de um objeto móvel, como uma pequena prancheta, uma cesta, uma caixa, à qual se adapta um lápis cuja ponta repousa sobre o papel. A natureza e a substância do objeto são diferentes. O médium coloca as mãos sobre esse objeto, transmitindo-lhe a influência que recebe do Espírito, e o lápis traça os caracteres. Mas esse objeto não é, propriamente falando, senão um apêndice da mão, uma espécie deporta-lápis. Reconheceu-se depois a inutilidade desse intermediário, que é apenas uma complicação do processo, cujo único mérito é de constatar, de uma maneira material, a independência do médium, que pode escrever tomando ele próprio o lápis.

(continua amanhã)

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