segunda-feira, 8 de junho de 2009

O QUE É O ESPIRITISMO

CAPITULO PRIMEIRO

PEQUENA CONFERÊNCIA ESPIRITA

SEGUNDO DIÁLOGO – O CÉPTICO

ORIGEM DAS IDÉIAS ESPÍRITAS MODERNAS

Segunda Parte

Fenômenos espontâneos se produziram, tais os ruídos estranhos, pancadas, movimento de objetos, etc., sem causa ostensiva conhecida, e esses fenômenos puderam ser reproduzidos sob a influência de certas pessoas. Até ai nada autorizava a procurar a causa além da ação de um fluido magnético ou outro cujas propriedades eram ainda desconhecidas. Mas não se tardou em reconhecer, nesses ruídos e nesses movimentos, um caráter intencional e inteligente, do que se concluiu, como já disse, que: se todo efeito de uma causa, todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. Essa inteligência não poderia estar no próprio objeto, porque a matéria não é inteligente. Era o reflexo da Inteligência da pessoa ou das pessoas presentes? Assim se pensou primeiro, como eu disse igualmente. Só a experiência poderia se pronunciar, e a experiência demonstrou, por provas irrecusáveis, em muitas circunstâncias, a completa independência dessa inteligência. Ela estava, pois, fora do objeto e fora da pessoa. Quem era ela? Foi ela mesma quem respondeu, declarando pertencer à ordem de seres incorpóreos, designados sob o nome de Espíritos, pois, não preexistiu nem foi mesma consecutiva; em uma palavra, ela não saiu do cérebro, mas foi dada pelos próprios Espíritos, e tudo o que soubemos depois a seu respeito, foram eles que nos ensinaram.

Uma vez revelada a existência dos Espíritos e estabelecidos os meios de comunicação, pôde-se ter conversações seguidas e obter esclarecimentos sobre a natureza desses seres, as condições da sua existência, seu papel no mundo visível. Se se pudesse interrogar assim os seres do mundo dos infinitamente pequenos, que coisas curiosas não se aprenderia sobre eles!

Supondo-se que, antes do descobrimento da América, existisse um fio elétrico através do Atlântico, e que na sua extremidade européia fossem notados sinais inteligentes se poderia concluir que, na outra extremidade, havia seres inteligentes procurando se comunicar; ter-se-ia podido questioná-los, e eles teriam respondido. Adquirir-se-ia assim, a certeza da sua existência, o conhecimento de seus costumes, dos seus hábitos, da sua maneira de ser, sem jamais tê-los visto. Ocorre o mesmo nas relações com o mundo invisível; as manifestações materiais foram como sinais, meios de advertências, que nos colocaram na trilha de comunicações mais regulares e mais continuadas. E, coisa notável, à medida que os meios mais fáceis de comunicação estão à nossa disposição, os Espíritos abandonaram os meios primitivos, insuficientes e incômodos, como o mudo que recupera a palavra e renuncia à linguagem dos sinais.

(continua amanha)

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